quarta-feira, 31 de março de 2010

Ricardo Costa: um exemplo a seguir.


Assisti hoje à entrevista de Ricardo Alberto Santos Costa, presidente da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, na SIC Notícias.

Entre a revista a alguns dos mais polémicos e conhecidos casos relacionados com decisões da comissão disciplinar da Liga, a que preside, foi também falando dessa sua actividade quase que em jeito de resumo de fim de mandato. 

Numa palavra: brilhante. Total domínio da matéria, clareza de exposição dos seus pontos de vista, lógica inatacável. Notou-se a preocupação que teve em tornar o processo de justiça desportiva da liga credível, mesmo tendo que aplicar um mau regulamento disciplinar, autoria dos clubes de futebol da liga.

Um exemplo de profissionalismo e competência a seguir, dentro e fora do desporto.

terça-feira, 23 de março de 2010

Bruno Alves fora?

Mais um dos que acha que o Bruno Alves está a mais no futebol. O desporto não precisa de anti-desportistas assim.

Entretanto uma brincadeira de que alguém se lembrou, em moda nestes dias que correm: petição Bruno Alves fora da selecção.

terça-feira, 16 de março de 2010

Santana... flopes?


Santana Lopes faz lembrar aqueles jogos de casino: tanto lhe pode sair a sorte grande, como derreter o capital. E foi isso que aconteceu no último congresso do PSD, depois de ser o mentor do mesmo e ter uma boa primeira intervenção, desbaratou esse capital com uma patética alteração aos estatutos que pode levar à expulsão do partido quem critique a direcção.

Verdade se diga que olhando para o passado recente do PSD se percebe a tentação de uma medida deste tipo, afinal para grandes males, grandes remédios. O problema é que para um partido que se quer democrático, e que aspira a formar governo, constitui um brutal rombo na sua credibilidade.

domingo, 14 de março de 2010

Quem é ... ?


E por acaso é interessante. Quem é essa pessoa que de um dia para o outro  aparece em rádios, jornais, televisões, como comentador político e até cronista desportivo? E quem diz este, diz outros. De onde é que aparecem? O que fizeram para lá chegar? Conhecimentos, amizades? Ou distinguiram-se numa área qualquer na sociedade o que os levou a serem convidados? Será pelas suas capacidades de eloquência e dicção, ou apenas escolhem os que gritam mais (a avaliar pelos que têm aparecido ultimamente este bem pode ser um dos critérios!)?

Acaba por não se perceber bem. O certo é que cada vez há mais comentadores profissionais. Também aqui a bolha há-de acabar por rebentar.

Os comentários lixo

A maior parte dos comentários online, com o devido respeito, são lixo autêntico. Não são racionais, demasiado extremados, demasiado fanáticos.
- O assunto é desporto? Então o mais provável é assistir-se ao anti-clubismo gratuito.
- O tema é político? Espaço para a cassete partidária.
- Tecnologia, automóveis, etc? Lutas de fanboys.
- Sociedade? Lugares comuns do costume.

Resumindo, não servem para nada. Os poucos comentários interessantes acabam por "desaparecer" no meio do lixo. 

Este espaço nunca aceitou comentários desde o início pelo desprezo a que os vota.

Bagão Félix, a razão e os comentários

Em Setembro de 2009 Bagão Félix, numa coluna do Diário Económico e com base em alguns indicadores económicos conhecidos na altura, estimou que o défice orçamental de 2009 nunca seria inferior a 8% do PIB. Isto aconteceu poucas tempo depois de o governo ter confirmado a Bruxelas a estimativa de 5,9%.

Claro que o Governo sabia que os 5,9% eram uma ficção e tudo leva a crer que insistiu nessa mentira deliberadamente para fins eleitorais. De resto até neste próprio blog, em Setembro de 2009, foi escrito o seguinte: "elevado défice já este ano: as próprias previsões oficiais são de 5,9%, mas economistas independentes têm apontado desde 6,5% até 9%;". Portanto estes valores não eram propriamente um segredo.

Mas a suprema ironia é assistir como, à data, foram comentados os artigos do Bagão Félix. Por exemplo, o excelentíssimo comentador "FT", comentando outro comentador "VG" que tinha aludido ao valor de 9% para o défice, escreve:
FT, | 21/10/09 08:21
Escreve o comentador VG o seguinte disparate: "Este ano sera´ da ordem dos 9 porcento ,basta fazer contas." Contas essas, que você , por falta de conhecimento e de formação académica, NÃO SABE FAZER. É que se soubesse não conseguiria chegar a nove por cento.
O défice de 2009 foi de 9,3%.

Santana para Cavaco: era esta a boa moeda?

Durante o congresso do PSD, discurso de Santana, dirigindo-se a Cavaco Silva: era esta a boa moeda? Ouch!

sexta-feira, 5 de março de 2010

"Agarrem-me senão... "

(fonte "CM")

Quem não se lembra daquela situação patética em que alguém exaltado grita "Agarrem-me senão eu vou-me a ele"? Na realidade não vai, mesmo que ninguém o agarre. Porque é "só garganta" como se costuma dizer.

Ora, hoje soube-se que a comissão disciplinar da Liga decidiu arquivar o fantasioso "apito vermelho".

E porquê? Porque o senhor pediu uma investigação, a investigação foi feita, mas quando chegou a hora de falar... calou-se!
"Considerando que, apesar de chamado a prestar depoimento, o dirigente [Pinto da Costa] não prestou quaisquer declarações e que, por isso, não concretizou as afirmações publicamente proferidas, não puderam ser realizadas quaisquer outras diligências probatórias, por manifesta falta de indícios", pode ler-se no acórdão da comissão disciplinar como justificação para o arquivamento."
É o mesmo ridículo do "agarrem-se senão...". Lançar acusações é fácil, sustentá-las nem que seja sequer com indícios já é mais complicado.

Ainda sobre o último "Sinais de Fogo"...

Voltando ao último "Sinais de Fogo" de Miguel Sousa Tavares (MST), o que intriga aqui é como se entrega o horário nobre de um canal televisivo a um mau profissional. A SIC tinha aqui uma óptima oportunidade de combater o previsível, aborrecido e parcial "Prós e Contras" para o qual já não há pachorra (outro programa que há muito entrou na minha lista de coisas a ignorar). Mas entregou a autoria dessa alternativa a alguém que se limitou a inventar um programa em que na primeira parte repete outra mais uma vez as opiniões que propaga até à exaustão noutros meios, e que na segunda faz uma espécie de monólogo irritante disfarçado de entrevista.

Independentemente de se gostar ou não do MST, há que ser honesto: ele mente nas suas opiniões, recheando-as de vários "factos" falsos, ora inventados ora exagerados ora deturpados. É também capaz de raciocínios completamente perversos como a história das crianças a propósito do tabaco, entre várias outras coisas ridículas. É legítimo que alguém assim dê a sua opinião, claro, todos temos direito à mesma. Ter espaço nos 'media' é uma questão de vender ou não. Ter um programa de informação já se exige um pouco mais, como, talvez, ser informativo? Ora não foi o que se passou. A primeira parte é a repetição das opiniões que propaga em tudo quanto é lado, como dito acima. Mais do mesmo, mas tudo bem, é uma decisão da SIC. A segunda parte é uma suposta entrevista. Uma entrevista significa colocar questões e ouvir as respostas. Não tem que ser imparcial, embora desse algum jeito, mas tem que ouvir e deixar ouvir aos espectadores o que o entrevistado tem a dizer, senão não faz sentido haver um entrevistado.

Em várias críticas ao programa dizia-se que tinha sido uma entrevista "à Manuela Moura Guedes" (MMG), mas discordo. Nem que seja pelo simples facto de que a MMG deixava os convidados responderem. Isto pareceu-me mais uma re-edição do estilo Margarida Marante, de quem o Sousa Tavares é um amigo confesso. De resto, chegaram a ter um programa de entrevistas conjunto que foi um fracasso de curta duração, com o mesmo estilo trauliteiro, que não contribui em nada para informar ou esclarecer o que quer que seja. A Marante entretanto caiu em desgraça e o que é certo é o que esse seu estilo de entrevista-lixo não mais voltou... até agora. O MST aqui fez lembrar-me um pouco o Herman José, quando tentou continuar a ter piada com os mesmos formatos do passado mas já ninguém lhe achava graça. Este formato de "entrevista" do MST já não funciona, se é que alguma vez funcionou. Para piorar há uma diferença enorme entre a Marante do passado e o MST de agora: a primeira preparava-se até à exaustão, havia o mito de que ela sabia mais de um dado tema do que o próprio convidado, na ânsia de o "apanhar" em directo. Mas aqui notou-se uma falta de preparação, dá ideia que o MST ficou relaxado, preguiçoso, demasiado crente na sua superioridade intelectual e senso próprio que já não precisa de fazer o trabalho de casa. É como se o Ronaldo achasse que por ser tão bom já não precisasse de treinar.

Acredito que a produção vá ter que negociar de algum modo com futuros convidados, sob pena de os não ter. Mas para mim já é irrelevante porque tornou-se em mais um programa para ignorar.

terça-feira, 2 de março de 2010

"Sinais de fogo", Miguel Sousa Tavares: vergonhoso.

Não vi o programa em directo e aproveitei o site da SIC para apanhar a entrevista.
A "entrevista" foi a Gonçalo Amaral, o inspector da judiciária mais conhecido pelo caso Maddie.

Sobre o MST já se conhece a peça: um destilador de veneno profissional, capaz dos maiores fanatismos e atropelos à verdade na defesa das suas opiniões. Só que fazer isso nas suas crónicas individuais é uma coisa. Estúpido, mas aceitável. Convidar alguém sob o pretexto duma entrevista apenas para passar o tempo a atirar-lhe as suas opiniões infundadas à cara sem o deixar responder ou esclarecer o que quer que seja, é completamente imoral e inaceitável.