Na quinta, 25 de Agosto de 2011, fez-se o sorteio para os grupos da Liga dos Campeões 2010/2011.
As equipas apuradas para a fase de grupos são agrupadas previamente em potes, dos quais se sorteiam grupos com uma equipa de cada pote. Assim cada grupo terá o perfil pote 1 - pote 2 - pote 3 - pote 4.
Cada pote deveria representar equipas com nível competitivo aproximado, criando, neste aspecto, grupos homogéneos entre si e heterogéneos internamente. Deste modo, evitam-se os confrontos entre as equipas mais fortes e, em princípio, adiam-se os encontros entre favoritos para as etapas finais. O facto de, nos oitavos finais, os vencedores dos grupos defrontarem os segundos classificados (entre grupos) também potencia este efeito.
É um princípio geralmente aceite, embora o seu móbil seja predominantemente financeiro e não tanto desportivo. Desportivamente seria um sorteio puro, sem restrições.
Posto isto, a questão é como são agrupados os potes. Os clubes têm um ranking europeu determinado pela soma da sua performance desportiva nos últimos 5 anos nas competições europeias. Os 32 apurados para a fase de grupos são ordenados por esse ranking, constituindo os 8 primeiros o pote 1, os 8 seguintes (9º ao 16º) o pote 2, etc.
Agora vejamos os potes deste ano:
- pote 1: Manchester United, Barcelona, Chelsea, Arsenal, Bayern Munique, Real Madrid, Porto, Inter;
- pote 2: Milan, Lyon, Shakhtar, Valência, Benfica, Villarreal, CSKA Moscovo, Marselha;
- pote 3: Zenit, Ajax, Bayer Leverkusen, Olympiakos, Manchester City, Lille, Basileia, BATE Borisov;
- pote 4: Borussia Dortmund, Nápoles, Dinamo Zagreb, APOEL Nicosia, Trabzonspor, Genk, Otelul Galati, Plzen.
Se em grande parte o modelo até funciona, há casos aberrantes. Manchester City é demasiado forte no pote 3 e Dortmund no 4, já Basileia é demasiado fraco para o 2, por aí fora. Fora desta lista, vemos um Schalke 04 atrás dum Braga…
Este modelo tem dado origem a maus agrupamentos nos últimos anos: em vez de serem produzidos grupos homogéneos entre si, resultam grupos demasiado fortes (os chamados “grupos de morte”) a outros totalmente desequilibrados, com uma equipa a fazer quase o pleno de vitórias.
Era interessante a UEFA mudar o esquema de constituição de grupos… duas ideias:
- usar a soma dos últimos 3 anos, em vez dos últimos 5 como actualmente;
- usar a soma “olímpica” dos últimos 5: desses anos remove-se o melhor e pior resultado, e faz-se a soma dos 3 restantes.