segunda-feira, 28 de maio de 2012

Propaganda portista.

Mais do que a violência dos adeptos no final do jogo Porto-Benfica, que decidia o título de basquetebol, ou do seu apoio tácito por parte do Porto e instituições relacionadas, o mais chocante para mim é aquilo que ninguém fala: a máquina de propaganda ao serviço do FCP.

A estratégia é sempre a mesma:

  • foram provocados primeiro;
  • faz parte de uma estratégia montada pelo adversário;
  • no fundo eles são as vítimas.

Como pode tão óbvia e patética estratégia funcionar? Propaganda!

  • Começam por lançar uma série de comunicados, a defender as teses acima (provocação, etc). No caso do jogo de basquetebol, poucas horas após o seu término, já estavam os comunicados no ar.

  • Órgãos de comunicação social “amigos” encarregam-se de espalhar a mensagem, através de notícias parciais. São sempre os mesmos: Jornal de Notícias, O Jogo, agência Lusa, e alguns amigos individuais espalhados por outros meios.

  • Instituições “amigas” tentam diluir as culpas com outras partes ou até branqueá-las. Neste caso veja-se como a PSP do Porto se apressou a anunciar um inquérito em relação aos confrontos entre adeptos do Porto e do Benfica… num jogo onde não estavam presentes adeptos do Benfica. Também vem à memória o célebre episódio dum comissário da PSP do Porto que garantia a atónitos jornalistas que o autocarro do Benfica não tinha sido apedrejado, ao contrário do que eles próprios tinham testemunhado momentos antes.

O resultado prático é o branqueamento destas acções. Compare-se o apagão da Luz com estas agressões. O primeiro caso andou meses na comunicação social, foi alvo de todo o tipo de análises e imensos artigos de opinião. “A máscara caiu” (ao Benfica), diziam eles. Agora, perante o caos e a barbárie, o tema durou uns dois, três dias.


domingo, 20 de maio de 2012

Caminhada ao topo da arbitragem.

A escolha de Pedro Proença para árbitro da final da Liga dos Campeões vem confirmar duas coisas:

  1. A nível externo, que a qualidade no domínio da arbitragem também não abunda noutros países. Nem é preciso estar-se especialmente atento para descortinar algumas tristes arbitragens quer na Liga Europa, quer na Liga dos Campeões. Este ano, mais uma vez, isso voltou a verificar-se envolvendo equipas portuguesas… com prejuízo destas.

  2. A nível interno, que o sistema funciona. O mesmo sistema que atirou Olegário Benquerença em 2010 para as lides internacionais (um jogo das meias finais da LC e presença no Mundial 2010) atira agora, 2 anos depois, Pedro Proença para lides equivalentes (final da LC, presença no Europeu 2012). Nem a UEFA nem a FIFA monitorizam o trabalho doméstico dos árbitros. Essas organizações confiam nas suas associadas nacionais e escolhem o topo que estas lhes servem. E para se chegar ao topo em Portugal já se sabe qual o caminho a seguir. Benquerença seguiu-o, Proença também.

A grande questão é saber se Proença conseguirá manter o estatuto, ou se fará como Benquerença, mostrando rapidamente que se tratou de um erro de casting.


Chelsea, vencedor da Liga dos Campeões.

A vitória do Chelsea na Liga dos Campeões enceta 2 grandes lições:

  • O futebol precisa de ser ajustado aos tempos modernos: não é concebível ver uma equipa sofrível obter o título supremo de clubes à custa de um paupérrimo futebol ultra defensivo. São precisas regras que imponham mais dinâmica ao futebol, tal como existem noutras modalidades (limites de tempos de ataque/defesa, durante o movimento atacante não permitir recuar mais que ‘x’, … ).

  • As vedetas fazem falta no campo, não como treinadores: em 2008 Chelsea foi finalista vencido com um Avram Grant, treinador interino que sucedia a Mourinho, o special one. Agora em 2012 é vencedor com Di Matteo, treinador interino que sucedeu a Villas Boas, o suposto special two. Os underdogs, especialmente Di Matteo, fizeram mais que os (caros) mestres que substituíram.


E para quando o fim da GNR?

A eterna manutenção da GNR só se entende por temor aos militares e falta de coragem política. É uma instituição totalmente anacrónica sem enquadramento na sociedade actual. A sua existência gera duplicação de estruturas com a PSP.

Adicionalmente a relação que têm com a população civil – talvez devido ao seu carácter militar – pauta-se frequentemente por atitudes de altivez e autoritarismo.

Numa altura de crise, em que tudo se corta sem qualquer lógica, talvez fizesse algum sentido cortar com racionalidade e acabar de vez com esta obsolescência. Poupavam-se custos e devolvia-se alguma sanidade à segurança nacional.