Creio ter sido nos anos 90 do século passado que se dinamizou a figura do comentador. Surgiu por extensão ao editorialista e começou a ocupar parte significativa dos jornais. Hoje estão em todo o lado: rádios, televisões, web, papel.
Uns falam sobre política, outros sobre desporto, e outros de tudo um pouco. Há quem, aparentemente, viva disso. Para outros trata-se de um rendimento extra. Mas todos parecem ter um especial prazer na actividade bem como em serem “ouvidos”: a necessidade de palco. Na verdade quase todos gostamos de palco.
Os comentadores de maior estatuto tipicamente são (ex-)jornalistas ou (ex-)políticos e têm espaço garantido nos massmedia.
O vício, como tantos outros vícios, por vezes origina situações confrangedoras.
Mas nem só de comentadores conhecidos vive o vício. O comentador anónimo viu o seu espaço aparecer nas caixas de comentários dos sites dos massmedia. Qualquer artigo que por lá apareça é inundado por uma tribo comentarista. Cada tribo tem um núcleo permanente – embora não exclusivo – de escribas, formando-se uma pequena comunidade ad-hoc.
É um fenómeno interessante.