sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PT, OI, Brasil, ...

Chegam notícias que a PT pode ser vendida pela OI para financiar as suas operações na Brasil. E que essa venda poderá ser de 6,5 mil M€.

É caso para dizer… oi?!

Há 4 anos a PT recebeu pela Vivo 7,5 mil M€.

Agora toda a PT não vale sequer esse valor? Oi?

Incrível como as grandes empresas portuguesas se estão a eclipsar… sem que nada seja feito em relação a isso, nem que seja para evitar situações futuras. Embora por este andar é complicado que existam situações futuras, por inexistência de base!


Somos tão bonzinhos para os estrangeiros...

Interessante, quando um próprio espanhol alerta para a vergonha do comportamento dos seus concidadãos que usam as autoestradas portuguesas sem pagar.

Apesar de dizer que o problema não é das SCUTs – de facto, a introdução da via verde havia já criado um corredor fisicamente aberto – o problema ter-se-á agravado com estas, tal como na altura se previa.

Uma via sem qualquer barreira física, onde se tem que tomar um procedimento administrativo separado para concretizar o pagamento, é um convite ao não cumprimento, a não ser que a punição seja garantida e muito mais grave que o benefício do incumprimento.

Foi precisamente o que se aconteceu dentro de portas. O incumprimento passou para a máquina fiscal do estado com penalizações totalmente desproporcionais. 1 Só que tal termina no alcance da jurisdição portuguesa, que não chega a Espanha nem a outros países.

Não se percebe contudo é a passividade das autoridades. Tão duras com os seus concidadãos e mais uma vez fracas e permissivas com os estrangeiros. Deveriam ter o registo das matrículas com passagens não pagas, fossem portuguesas ou não. Neste momento os agentes têm um manancial de informação referente quer ao condutor quer ao veículo… português, e usam-nas nas operações stop. Porque não fazê-lo em relação às matrículas estrangeiras?

Sinais de provincianismo.

Algumas frases do artigo especialmente interessantes:

  • O secretário-geral garantiu ainda que as concessionárias portuguesas como a Brisa até estão a “portar-se bem porque não estão a aplicar coimas, apenas encargos administrativos”;
  • “também é verdade que durante muito tempo houve gente que se dedicou a dar a imagem [de que] em Portugal não paga ninguém”.

  1. É estranho que as leis que introduziram esta realidade não tenham passado pelo cravo da anti-constitucionalidade. Hoje é uma constante, com particular relevo em aspectos como igualdade e proporcionalidade. A cobrança de algumas dívidas a entidades particulares pelo Estado carece de igualdade – já que não é aplicável às restantes – e os valores aplicados no processo não são de todo proporcionais – centenas de euros em dívidas de pouco valor.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Lei do tabaco 2007, uma vitória civilizacional.

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Por muito que se possa apontar a Sócrates, há uma coisa a que lhe serei sempre grato: a lei do tabaco de 2007.

Em 2007 havia cerca de 17,2% de fumadores entre a população maior ou igual a 15 anos. Destes aproximadamente 90% eram fumadores diários.

Apesar de constituírem menos de um quinto da população, praticamente não havia locais de trabalho, restaurantes, nem sequer hospitais isentos de fumo de tabaco.

Em 2004/2005 o governo vigente preparava-se para aprovar uma lei inócua. Depois de muita discussão e expectativa criada, o resultado final seria um mero dístico que os estabelecimentos que permitissem fumar teriam de exibir. Na prática ficaria tudo na mesma.

Muda o governo, muda o projecto de lei, tornando-se mais musculado. As proibições foram alargadas, bem como os limites de fumar.

Por incrível que pareça tudo funcionou: a sociedade concordou com a lei, respeitou-a, e até houve uma redução moderada de consumo de tabaco.

Pelo contrário, não houve falências generalizadas nem qualquer apocalipse financeiro, como alguns preconizavam.

Havia algo que pareciam ignorar: sempre que havia distinção entre lugares de fumadores e não fumadores – eg. restaurantes, comboios em viagens de longa duração –, havia sempre lugar nos primeiros, mesmo quando os últimos estavam esgotados.

Um estudo posterior concluiu que:

  • 5% dos fumadores deixou de fumar;

  • 22% dos fumadores diminuiu o consumo, em média, 9 cigarros por dia;

  • a maioria dos cidadãos inquiridos é completamente a favor da proibição de fumar:
    • 98% em Serviços de Saúde;
    • 97% em Estabelecimentos de Ensino;
    • 93% em Outros Locais de Atendimento ao Público;
    • 88% em Locais de Trabalho;
    • 80% em Restaurantes;
    • 78% em Centros Comerciais;
    • 68% nos Cafés ;
    • 64% nas Salas de Jogo;
    • 61% nos Bares/Pubs/Discotecas.
  • 94% considera que a Lei protege a saúde;

  • 55% dos cidadãos considera que a Lei não é uma penalização para os fumadores;

  • 78% dos cidadãos considera que a Lei está a ser total ou moderadamente respeitada.


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A oportunidade perdida da Escócia.

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Sobre referendos

Infelizmente as boas intenções de muitos referendos perdem-se em políticas.

A sua excessiva partidarização pode transformá-los numa “contagem de espingardas” de partidos, com o eleitorado de cada partido a votar na opção apoiada oficialmente pelo respectivo partido.

Também pecam por esconder o modelo de implementação. A pergunta à qual se deve responder sim ou não apenas define um princípio geral, que ninguém sabe com certeza como será implementado. Em Portugal, a regionalização foi um desses casos. Havia bastante apoio pró-regionalização, mas não em relação ao modelo que se propunha de 8 regiões, assentes num obscuro modelo administrativo.

Lutas de poder, de influência, ou interesses mais ou menos pessoais de líderes políticos podem ser uma outra face dos referendos.

Caso escocês

Dito isto, o caso escocês foi uma oportunidade perdida. Independentemente dos aspectos laterais do referendo, havia uma oportunidade para os escoceses se tornarem verdadeiramente independentes, explorarem os seus recursos autonomamente, terem a sua própria politica externa.

Existem vários exemplos de uniões e federações no mundo, com sortes díspares.

O modelo federal alemão é um caso de sucesso.

A união espanhola é um meio-termo. A era democrática em Espanha consagrou as comunidades autónomas – que sempre existiram em termos sócio-culturais – com algum sucesso em termos económicos e sociais. Catalunha, País Basco, Navarra, são algumas das comunidades mais ricas, o que de certo modo é prova que o centralismo espanhol não é causador de desequilíbrios regionais.

A união britânica é um fracasso enquanto modelo de desenvolvimento equilibrado entre nações. O Reino Unido é uma imensa Londres em primeiro, depois o resto de Inglaterra, e só depois as outras nações. Gales é uma das regiões mais pobres da Europa ocidental, enquanto a poucos quilómetros existe uma grande Londres com um rendimento per capita 2,3 vezes superior ao dos galeses. Dos 5 aeroportos com mais passageiros, 4 são londrinos!

A própria Escócia tem vindo a revelar um maior desenvolvimento desde que obteve mais poderes. Há vários indicadores que corroboram esta ideia. Não acredito que o Reino Unido consiga reinventar-se, descentralizar Londres, deixando de ser uma extracting economy como sempre foi.

A quebra do statu quo dar-se-ia com uma independência escocesa, posteriormente alargada à Irlanda do Norte – a juntar-se ao resto da Irlanda – e Gales.

Assim os escoceses continuarão a limitar-se a falar mal dos ingleses.


domingo, 28 de setembro de 2014

O cúmulo da patetice.

"Cerimónias assinalam 121.º aniversário do clube

O Estádio do Dragão é palco, este domingo, das cerimónias do 121.º aniversário do FC Porto, coincidentes com o primeiro ano de vida do museu do clube. (…)"

in A Bola

A insistência numa falsa data de fundação não é apenas uma deturpação da história, mas uma injustiça e desonestidade face aos reais fundadores. É provável que a real data de fundação volte a ser celebrada após o fim do reinado de Pinto da Costa.

Até lá, ano após ano, repetir-se-á este acto sofismável, num teatro de estupidez.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Independência da Escócia e FUD!

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Uma coisa que me irrita particularmente são as campanhas baseadas na instituição de medo, incerteza e dúvida (ver FUD). Tipicamente tais campanhas apoiam-se em mentiras e outras técnicas de desinformação.

No referendo para a independência para a Escócia tem havido muita demagogia, de ambos os lados da contenda. Os pros são exagerados, os contras são subestimados ou desprezados. Embora não se goste, é normal.

O que já é mais condenável são os aspectos FUD da apoiantes do não. A Escócia não sobreviverá independente? A Escócia não é auto-sustentável? A Escócia não poderá fazer parte da União Europeia?

Porquê? Nada disso faz sentido! A parte da integração europeia chegou mesmo a ser ridícula. Mais uma vez Durão Burroso foi cretino.


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Carlos Moedas e a estagnação europeia.

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Carlos Moedas comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação. 10-09-2014.

Existem duas palavras que me vêm à mente quando penso em comissão europeia: inútil e irritante. Nos poucos espaços em que não inúteis, lançam directivas irritantes que, por regra, servem para chatear ou penalizar o comum cidadão.

Esta escolha deslinda parcialmente esse fenómeno. Trata-se de um antro de burocratas cujas funções são entregues a escolhas meramente políticas.

Não é de estranhar a (não) evolução europeia que se tem observado.


Menos um corrupto no mundo.

Lamento, mas gente desta não merece mais.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

BCP/Millennium, ponto de vista dum cliente.

Tornei-me cliente do BCP/Millennium por “herança”. Era cliente de outro banco que foi integrado posteriormente no grupo BCP.

Em relação ao BCP, reconheço-lhes 3 vantagens face a outros bancos:

  • homebanking muito bom;

  • um número razoável de balcões – embora muitos já tenham fechado –, provavelmente o maior rácio balcão/cliente;

  • serviços “avançados” / inovadores para as épocas: já no meu banco original havia máquinas de emissão de cheques na hora, algo que se manteve no BCP e ainda hoje alguns bancos não dispõem; deposito de cheques com digitalização e pré-visualização; operações bancárias por SMS – lembro-me desta funcionalidade existir pelo menos em 2001.

De resto não tenho propriamente boas memórias. Cobram comissões para quase tudo. O exemplo mais revoltante era 1€ por transferência nacional via internet, nem sei quanto é agora. 7€ anuais por cartão de débito, 30€ pelo VISA. Felizmente o Banco de Portugal tem imposto algumas regras para proteger os clientes – embora tardias e sempre avulsas.

A relação bcp-cliente baseia-se no modelo win-lose… respectivamente.

Apesar de ser um cliente com poucas relações com bancos, já me aconteceram algumas situações caricatas:

  • Há alguns anos criaram o cliente prestige e sem mais nem menos “promoveram-me” a … isso. Quando dou por mim estava a pagar 15€ a cada 3 meses. Ainda tive que ser eu a fazer um pedido para me removerem dessa coisa que nunca pedi e, claro, fiquei a perder os primeiros 15€.

  • Num empréstimo de habitação disseram que se fosse cliente não pagava algumas das comissões envolvidas – sabendo eles que eu era cliente. Quando o negócio foi fechado vejo essas comissões serem-me cobradas. Questionados sobre isso, responderam que tinha de ter avisado antes (de quê?!). Descobri mais tarde que este comportamento repetia-se com outras pessoas, o que me leva a desconfiar que os funcionários eram instruídos nesta prática, de forma a roubar as comissões aos clientes, eventualmente ficando com o seu valor como prémio.

  • Os seguros associados ao valor da dívida desse empréstimo, que é agora metade do valor inicial, são mais caros hoje do que originalmente.

É um banco que me anda “atravessado” há muito tempo, mas sinto que não tenho grandes alternativas.

Com banqueiros já sofri o que tinha a sofrer”, Jorge Jesus


As convicções de grupo.

Defino “convicção de grupo” da seguinte forma, algo matemática:

  • uma pessoa do grupo tem uma convicção;
  • cada pessoa do grupo acredita em alguém do grupo.

E assim se formam as crenças. Crenças em coisas que até podem não ter sentido.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

O nosso vício e a economia.

Se num evento existirem duas filas lado a lado, uma enorme, outra pequena, é provável que na primeira se esteja a dar algo, enquanto na segunda seja a pagar.

Não sei se outros países comungam esta atitude, mas nós sentimos uma especial abjecção pelo que se paga, que contrasta com o nosso apetite pelo gratuito.

Quando extrapolado à produção de serviços os resultados deixam a desejar: não financiamos o trabalho dos outros via pagamento, porque não gostamos de pagar, mas penduramo-nos no que é oferecido, porque gostamos do gratuito. Quando o oferecido por sua vez é financiado por outros modelos, estes tendem a colapsar naturalmente.


segunda-feira, 28 de julho de 2014

O falso mito de pagar menos.

Se todos pagarem, todos pagam menos”. Esta expressão deve ser um dos mitos urbanos mais popularizados pelos políticos em Portugal. Embora o pagamento por todos seja uma elementar questão de justiça, não é verdade que acontecendo isso, todos pagariam menos. A prova está nos factos históricos: mesmo com o alargamento da base fiscal, aumento dos valores de cobrança coerciva e recuperação de impostos, a carga fiscal continua a aumentar.

A expressão correcta é: quanto mais pagam, mais o estado gasta. Isto é simplesmente a lei de Parkinson mas com dinheiro em vez de tempo.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Então e os jogos olímpicos?

Julho de 2014. Os últimos jogos olímpicos foram há 2 anos, em 2012. Onde andam agora os amantes do tiro ao arco, fosso olímpico e companhia?

O cenário repete-se a cada 4 anos. Acontecem os jogos olímpicos, Portugal envia uma delegação, a participação desportiva salda-se por maus resultados, e o país insurge-se… indignado contra a falta de brio e esforço e dedicação e tudo o mais dos atletas portugueses.

Por uns instantes parece que estamos perante os melhores adeptos do desporto olímpico. Não só acompanham as várias modalidades, como exigem medalhas! Isto num país tipicamente transparente no que a desporto diz respeito – exceptuando futebol e hóquei em patins. Ignoram que as medalhas são obtidas por atletas profissionais, participantes regulares em competições de elevado nível, o que contrasta com a generalidade do semi-amadorismo nacional, sem qualquer calendário desportivo minimamente competitivo face ao nível olímpico.

Mas os jogos acabam e rapidamente as modalidades olímpicas são devotadas ao seu tradicional desprezo em Portugal. Como agora.

Daqui a 2 anos há mais.


terça-feira, 22 de julho de 2014

Oblak.

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Jan Oblak chegou ao Benfica em 2010, apenas com 17 anos. Durante 4 épocas esteve emprestado a outros clubes.

Lembro-me de ter reparado nele no União de Leiria (3ª ano e clube de empréstimo). Já na altura revelava bastante segurança e frieza. Creio que estas características se tornarão a sua “imagem de marca”.

Finalmente, através de um processo convoluto, foi integrado na equipa principal do Benfica na época passada, e aproveitou uma lesão de Artur, até então titular, para agarrar o lugar. Da baliza não mais vieram problemas.

Agora, num processo de sabor amargo para os benfiquistas, partiu para o Atlético de Madrid. Não tenho nada a criticar neste tipo de movimentos: cada jogador deve zelar primeiro pelos seus interesses, tal como cada clube deve zelar primeiro pelos seus. Qualquer um de nós faria o mesmo nos nossos contextos profissionais, havendo a oportunidade. Tenho pena que o Benfica o tenha aproveitado tão pouco tempo, contudo.


Sinais de envelhecimento?

Segundo a seguradora Engage Mutual, segundo a Sabado, existem 50 sinais que revelam o nosso envelhecimento.

Ei-los:

  1. Gemer quando se curva: nah;
  2. Dizer algo como “isto não era assim quando eu era novo”: nah;
  3. Dizer “no meu tempo…”: nah;
  4. Perder cabelo: yep, mas isso começou já quando era novo eheh;
  5. Não conhecer nenhuma das músicas que estão no top 10 das mais ouvidas: quais são mesmo? Ok, conta como um yep;
  6. Ficar mais peludo na orelhas, sobrancelhas, nariz, rosto: nah;
  7. Odiar locais barulhentos: yep, mas sempre assim foi;
  8. Falar muito sobre articulações e alimentos: nah;
  9. Esquecer-se do nome das pessoas: é bem capaz… um yepzinho;
  10. Preferir o conforto da roupa e sapatos em vez do estilo: yep. Mas mais uma vez, sempre assim foi;
  11. Pensar que os polícias/professores/médicos parecem muito novos: nah;
  12. Adormecer em frente da televisão: depende do que estiver a dar ein, mas ok… yep;
  13. Precisar de fazer uma sesta: dá bem vontade disso, yep;
  14. Descobrir que você não faz a menor ideia do que as pessoas mais novas estão a falar: nah – há conversas que são intemporais;
  15. Esforçar-se para usar tecnologia: nah;
  16. Perder o contacto com tecnologia do dia a dia como as televisões e tablets: nah;
  17. Começar a queixar-se de cada vez mais coisas: tem dias, tem dias… mas nah;
  18. Usar os óculos ao pescoço: nah;
  19. Não se lembrar do nome de nenhuma banda recente: nenhuma é exagero, mas não são muitas… yepzinho;
  20. Evitar levantar pesos com medo de ficar com dores nas costas: ainda não… nah;
  21. Queixar-se dos programas que dão na televisão: basta não ver… nah;
  22. Não saber onde pôs os óculos/carteira/chaves: estão sempre nos mesmos sítios… nah;
  23. Trocar a “Radio One” pela “Radio Two”: nem por isso, nah;
  24. Começar a conduzir bastante mais devagar: mais devagar, mas não bastante mais, nem sequer devagar (mas sempre respeitador das leis, claro), nah;
  25. Preferir passar a noite a jogar um jogo de tabuleiro do que ir sair à noite: não propriamente, mas percebo a ideia, um yepzinho;
  26. Passar a interessar-se por programas de antiguidades: nah, embora a componente histórica sempre me tenha interessado;
  27. Falar com colegas que são tão novos que não se lembram de coisas que para si são básicas: percebo a ideia, yep;
  28. Ir de chinelos para a casa dos amigos: definitivamente nah;
  29. Ouvir os Archers (programa de rádio): nah;
  30. Adormecer depois de um copo de vinho: nah, apesar de ser mais fácil adormecer que antes;
  31. Nunca sair para a rua sem o casaco: nah;
  32. Ficar extremamente feliz por receber meias no Natal: nah;
  33. Começar a perder peso cada vez mais devagar: ou começar a ganhar? yep;
  34. Ficar ofegante por uma chávena de chá: nah;
  35. Andar com um termo de café ou chá: nah;
  36. Juntar-se ao Women’s Institute (associação que organiza uma série de actividades para envolver as mulheres na comunidade): ??? nah;
  37. Interessar-se por jardinagem: nah;
  38. Gastar dinheiro em cremes anti-envelhecimento: nah;
  39. Preferir gastar dinheiro em coisas para a casa do que numa saída à noite: nunca apreciei especialmente saídas à noite, por isso yep;
  40. Passar a preocupar-se em escolher a roupa consoante o tempo que vai estar: nah;
  41. Colocar coisas do dia a dia fora do sítio (chaves, por exemplo): nah;
  42. Tornar-se obsessivo com o jardim ou em alimentar os pássaros do bairro: nah;
  43. Gostar mesmo muito de fazer puzzles ou palavras cruzadas: nah;
  44. Conduzir sempre na faixa da direita: excepto para ultrapassagens, como diz o código, yep;
  45. Pensar em ir num cruzeiro “sem miúdos” durante as férias: definitivamente yep;
  46. Sentir que as suas orelhas estão a ficar maiores: nah, embora a barriga esteja;
  47. Juntar-se ao National Trust (associação responsável por preservar atracções no Reino Unido, desde paisagens a palácios rurais): nah;
  48. Beber xerez: nah;
  49. Sentir-se no direito de dizer tudo o que lhe apetece, sem se preocupar em ser educado: nah.

… e reparar que uma lista de 50 itens só tem 49?

De qualquer forma, com 35 nãos vs 14 sims, não sei bem o que concluir, se é que havia alguma conclusão a obter.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

The name is football.

O nome é football, ou convenientemente adaptado a cada língua: futebol, fútbol, Fußball, fotbal, fodbold, fotball, futbal, fotboll, futbol, …

O termo soccer é originário de Inglaterra. Deriva de football association + er. Além de Inglaterra, tornou-se popular noutros países noutros países de língua oficial inglesa, como o Canada, Estados Unidos ou Austrália, nos finais do séc. XIX, inícios do séc XX, a par de football.

O termo football acabou por se universalizar. De tal forma que quase todos os países se referem à modalidade como football ou pela sua versão nativa.

Estupidamente os EUA continuam a insistir no obsoleto soccer. Mais estúpido é constatar como essa insistência é forçada. Em 1913 a federação de futebol americana era criada sob o nome America Foot Ball Association, em 1945 mudou o nome para United States Soccer Football Association, e em 1974 finalmente mudaram o nome para o actual United States Soccer Federation. Ou seja, quanto mais se universalizava o termo football mais eles sentiram necessidade de o transformar noutra coisa.


terça-feira, 15 de julho de 2014

FIFA WC2014: Messi, o melhor?

Ahah! Não sei como a FIFA ainda consegue fazer estas piadas… sem se rir.


Assembleia da República e custos...

Notícia do dia: “Impressão em 3D para o Parlamento custou 18 mil euros”.

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Ao contrário de muitas obras de arte, até acho esta de bom gosto. Mas não foi a presidente desta casa que questionou a trasladação do grande Eusébio para o Panteão Nacional por questões de custos?


domingo, 13 de julho de 2014

A banca do diabo!

Os primeiros “banqueiros” surgiram por necessidade, na antiguidade. Faziam a equivalência entre bens nos mercados, quando a troca directa era prática comum.

Com a adopção generalizada da moeda, rapidamente as pessoas começaram a fazer empréstimos entre si. Daí a aparecerem entidades para intermediar o processo foi um passo, e eis-nos perante os bancos.

Podemos dizer que o crédito é algo natural na sociedade humana. Já existia em comunidades históricas, na forma de crédito de serviços e bens. Por exemplo, alguém ajudava outrem na lavoura, esperando uma ajuda recíproca mais tarde. A moeda apenas serviu para quantificá-lo, tornando-o preciso.

O papel da banca como intermediário financeiro sempre foi aceite pela sociedade: havia uma imagem de rigor, segurança e isenção, o que fornecia a confiança necessária para que as pessoas entregassem os seus valores aos bancos.

Tornou-se, com o conluio dos governos, um ponto de paragem obrigatório a virtualmente qualquer cidadão, aumentando a sua dimensão de forma colossal. Com o tempo a banca evoluiu de forma absurda, tornando-se um negócio em si – oferecer empréstimos para comprar acções do próprio banco?

A banca como negócio não tem sustentação própria, a banca sustenta-se nos negócios externos que suporta.

A dimensão a que a banca chegou conjugada com demasiadas apostas falhadas e esquemas indevidos de remuneração, ignoradas pelos estados, levou a prejuízos enormes que todos agora temos de pagar. Isto para suportar uma banca da qual nos fomos tornando dependentes.


Trim, trim...

Casos da vida.

  • Toca o telemóvel, e reparo que se trata de um número que não conheço. Atendo, é engano.
  • Pouco depois volta a tocar. Atendo e digo (constato!) que trata-se do mesmo número para que acabou de ligar.
  • Pouco depois volta a tocar… Desta vez rejeito a chamada.
  • Isto repete-se umas 4 ou 5 vezes até que desligo o telemóvel.

Nunca entendi a confusão que algumas pessoas fazem com os números de telefone. Um engano na marcação ou outro tipo de confusão é normal, mas insistir irracionalmente na coisa não. Este tipo de peripécias acontece recorrentemente. Até já cheguei “a ser” um distribuidor da Olá.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

O Tribunal Constitucional é o novo Cavaco, Sampaio ou Soares.

Ao longo da actual República, de um modo geral, os governos com maioria absoluta coexistiram com presidentes antagónicos politicamente.

Desde Cavaco:

  • Cavaco, 1985-1995, vs Mário Soares;
  • Guterres nunca formou governo sustentado por maioria absoluta no parlamento;
  • Durão/Santana, 2002-2005, vs Jorge Sampaio;
  • Sócrates, 2005-2011, vs Cavaco Silva.

Estes presidentes por várias vezes funcionaram como contra-poder ao Governo, ora vetando leis, ora mandando os famosos recados ou até remoques em intervenções públicas. “Há vida para além do défice”, dizia Sampaio, que chegou mesmo a dissolver a Assembleia da República (AR) sem qualquer razão plausível para tal.

Mas na corrente configuração Cavaco-Passos isso não existe. Cavaco é transparente à acção do Governo, não funcionando como contra poder. E é aí que entra o Tribunal Constitucional (TC). Todas as decisões de inconstitucionalidade tomadas pelo TC até agora foram opiniões subjectivas baseadas nuns poucos artigos genéricos da Constituição. Dois (2) na maioria dos casos! Ou seja, foram decisões políticas de contra poder.

O TC é a concretização possível de não ter “todos os ovos no mesmo cesto”, expressão usada copiosamente por Cavaco Silva nas eleições presidenciais de 1995, para impedir que o Partido Socialista acumulasse Presidência e Governo. Em 1995 isso acabou por não ser problema: Guterres nunca teve maioria na AR, funcionando este como equilíbrio de poder natural.

No fundo isto corresponde à ideia de bom senso que o poder não deve estar concentrado na mesma facção. Em Portugal isso assume especial significado, dado que recentemente escapámos a 48 anos desse modelo.

O grande problema de tudo isto é a falta de equilíbrio revelada por um regime que precisa de recorrer ao TC para encontrar equilíbrio político.


sábado, 5 de julho de 2014

FIFA WC2014: o sequestro da selecção.

A selecção da FPF não foi a primeira, nem será a última, a ser traída pela má forma da sua principal vedeta. Quem não se lembra do Brasil perder a final de 1998 por 3 golos sem resposta… e o subsequente confronto entre os jornalistas brasileiros e o seleccionador brasileiro. Os jornalistas inquiriam o seleccionador sobre a inclusão do Ronaldo, o melhor jogador do Brasil de então, apesar da sua má forma nessa altura.

Uma questão de estatuto

Quem diz que o estatuto não pesa apenas tenta fugir a uma realidade difícil de contornar. Quem faz parte de um núcleo estável, eleito – alegadamente – pelo mérito, ganha estatuto. E esse estatuto garante-lhes beneplácitos que não estão ao dispor de outros.

Uma questão de pragmatismo

Só que o estatuto não ganha jogos. O estatuto é um benefício de dúvida. Quando deixa de ser tratado como tal, passa a ser um sequestro de competência.

O que no fundo resume o que foi a selecção da FPF neste mundial.


quinta-feira, 3 de julho de 2014

FIFA WC2014: o que devia mudar.

O mundial de 2014 tem sido uma boa edição – malfadada a participação portuguesa –, mas há 3 coisas que gostaria de ver mudadas.

  1. erros graves de arbitragem

    Depois do vergonhoso Japão-Coreia 2002 a FIFA continua a insistir em enviar árbitros de segunda linha ao mundial. Na fase de grupos amontoaram-se os erros graves. A FIFA devia introduzir tecnologia para ajudar a decidir lances. Já se faz noutras modalidades, não faz sentido chegar a este nível e ver golos mal anulados ou penaltis por marcar (a alguns).

    O argumento “o árbitro também erra, tal como os jogadores” não faz sentido. Os jogadores são o que leva as pessoas aos estádio. Muitas vezes é o erro dos jogadores que faz o resultado e isso é o espectáculo. Ser o erro do árbitro a fazer o resultado é um infeliz efeito secundário.

  2. prolongamento sem substituições extra

    Há muito que as substituições se tornaram uma ferramenta. Permitem fazer alterações tácticas, refrescar a equipa, … Ora se existem 3 substituições permitidas durante o tempo normal (90 minutos), porque não permitir mais 1 quando há prolongamento (30 minutos)?

    O estado em que os jogadores terminam o prolongamento é lastimável.

  3. transmitir o jogo em directo nos painéis do estádio

    Acabem com isso, por favor. É confrangedor ver toda a gente no estádio a olhar para os painéis sempre que são focados. Aquilo são autênticas selfies feitas pelo realizador.

    O público quando se vê entra em histeria. A equipa está a ser goleada e prepara-se para ser eliminada? No problema, estamos no painel.

    E qual a primeira reacção dos jogadores quando terminam uma jogada – especialmente quando falham um lance? Verem-se no painel.

    Nem os treinadores e restante staff técnico resiste à tentação.

    No apogeu da geração das redes sociais, da geração do eu, pôr um painel gigante com gente a ser focada é um maneirismo.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

História mal contada.

É costume dizer-se que a História é escrita pelos vencedores1, embora isso não seja sempre verdade. O que há é nações que vendem melhor a sua versão. Neste particular, Inglaterra primeiro, e Estados Unidos mais tarde, são verdadeiros marketeers de História.

O curioso é como os outros países alinham. Por exemplo, o episódio da “Armada Invencível” é totalmente mal contado no ensino de história em Portugal, que conta a versão parcialmente deturpada, parcialmente inventada, dos ingleses.


  1. George Orwell escreveu esta frase, mas existem várias expressões semelhantes atribuídas a diferentes pessoas, juntamente com dizeres de origem e data incerta.


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Os viciados na opinião, vulgo, comentadores.

Creio ter sido nos anos 90 do século passado que se dinamizou a figura do comentador. Surgiu por extensão ao editorialista e começou a ocupar parte significativa dos jornais. Hoje estão em todo o lado: rádios, televisões, web, papel.

Uns falam sobre política, outros sobre desporto, e outros de tudo um pouco. Há quem, aparentemente, viva disso. Para outros trata-se de um rendimento extra. Mas todos parecem ter um especial prazer na actividade bem como em serem “ouvidos”: a necessidade de palco. Na verdade quase todos gostamos de palco.

Os comentadores de maior estatuto tipicamente são (ex-)jornalistas ou (ex-)políticos e têm espaço garantido nos massmedia.

O vício, como tantos outros vícios, por vezes origina situações confrangedoras.

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Mas nem só de comentadores conhecidos vive o vício. O comentador anónimo viu o seu espaço aparecer nas caixas de comentários dos sites dos massmedia. Qualquer artigo que por lá apareça é inundado por uma tribo comentarista. Cada tribo tem um núcleo permanente – embora não exclusivo – de escribas, formando-se uma pequena comunidade ad-hoc.

É um fenómeno interessante.


sábado, 28 de junho de 2014

1ª guerra mundial, o princípio do fim da instabilidade europeia...

Em 28 de Junho de 1914 deram-se os eventos que conduziram à primeira guerra mundial (1GM). Apesar do nome, foi uma guerra essencialmente europeia, tornada mundial devido às possessões europeias no mundo.

Num continente europeu historicamente instável, marcado por constantes guerras entre nações, o final do século XIX assistiu à consolidação do império austro-húngaro e à formação de dois novos países, Itália e Alemanha. Esta última viria a alterar o equilíbrio de forças existente na Europa, até aí dominado sobretudo por ingleses e franceses.

Esta grande guerra foi o princípio do fim da instabilidade europeia, bem como do poder da velha Europa, grandemente sustentado pelo colonialismo. Quando terminou, o impacto na Europa foi colossal: impérios desmoronados que não mais surgiriam, novas nações surgidas, outras renovadas. Forma-se a Liga das Nações, precursora da ONU, para garantir, apesar de fracassadamente, a paz mundial.

No entanto a 1GM deixou demasiados assuntos mal tratados. A segunda guerra mundial, poucos anos depois, finaliza o que a 1GM tinha começado. Os países europeus deixam de ser potências à escala mundial, inicia-se a descolonização generalizada, os Estados Unidos surgem como a super potência emergente e a Europa finalmente estabiliza (exceptuando a Europa de leste).