segunda-feira, 23 de maio de 2011

A evolução da comunicação via internet IV

1, resenha histórica; 2, perspectiva pessoal, até IM; 3, perspectiva pessoal, dos fóruns às redes; 4, conclusão.

  1. as pessoas gostam, precisam e sentem necessidade de comunicar, e para o fazer arranjam vários meios;

  2. muitas das novas formas de comunicação são simplesmente revisões tecnológicas de conceitos já existentes, tornando estes últimos obsoletos;

  3. o mail continua a ser o fiel companheiro: pode ter perdido algumas das funções que já teve, mas continua a ser usado como contacto pessoal primordial;

  4. liberdade, direitos, facilidade de uso e acesso são factores essenciais para o sucesso de um modelo. Os fóruns do tipo slashdot morreram pela falta de liberdade, a usenet pela falta de acesso, as páginas pessoais pela “dificuldade” de edição e os fóruns web poderão vir a entrar em declínio pela falta de liberdade e direitos.


A evolução da comunicação via internet III

1, resenha histórica; 2, perspectiva pessoal, até IM; 3, perspectiva pessoal, dos fóruns às redes; 4, conclusão.

Os websites de notícias, com o modelo popularizado pelo slashdot, foram morrendo aos poucos. Após uma primeira vaga de clones do slashdot, como o gildot por cá, o seu modelo começava a revelar-se insuficiente: “Tenho que submeter uma história para aprovação? Não posso apagar os meus artigos? Corrigi-los? Porque tenho uma janela ridiculamente minúscula de edição?”. As alternativas que surgiram, primeiro com os blogs, e pouco tempo depois com os clones web dos antigos fóruns BBS e da Usenet, foram a machadada final na esmagadora maioria destes sistemas. Ironicamente o original slashdot continua bem vivo e de boa saúde.

Os blogs representam a vitória da preguiça e do pragmatismo. Apenas permitem um pequeno subconjunto do que se podia fazer com uma página pessoal, mas com uma estrutura pré-estabelecida, consistente e trabalho mínimo de edição — basta escrever! — permite realizá-lo facilmente e com resultados agradáveis.

Há vários factores de risco para os blogs contudo, a começar pela ausência de comunidade. Muitos blogs morrem da mesma maneira como começaram: solitários. Nos dias que correm não faço ideia como tem sido a evolução dos conteúdos produzidos em blogs, nem tão pouco a sua comparação com os produzidos noutros sistemas.

Fóruns web… os fóruns sempre foram atractivos. Basta ver na resenha história que foram dos primeiros modelos a ser criados, ainda antes da internet oficial. Juntam a fome à vontade de comer, que neste caso são a comunidade com a vontade de “falar”. Os fóruns acarretam os seus problemas, relacionados sobretudo com questões de comunidade: comportamentos, liberdade e direitos. Tenho dúvidas se não se trata de um modelo em risco de se tornar obsoleto.

Não sou grande adepto das redes sociais, mas admito que exploraram um modelo que faltava: agregaram os principais modelos de comunicação já existentes e lançaram-nos em cima de uma rede de redes pessoais. Com isto conseguiram o melhor dos vários mundos: comunicação instantânea, aliada à facilidade de publicação de media, com criação de tópicos na hora, que se transformam rapidamente em mini-fóruns, etc, tudo em “liberdade” plena. Em teoria é o modelo de comunicação perfeito. Tem o risco de exposição excessiva e consequente problema de privacidade, bem como alguma inversão de papéis quando a rede social passa a funcionar como motor da vida social.


A evolução da comunicação via internet II

1, resenha histórica; 2, perspectiva pessoal, até IM; 3, perspectiva pessoal, dos fóruns às redes; 4, conclusão.

O mail continua a ser o método de comunicação mais óbvio. Foi o primeiro a surgir, por cópia directa do modelo do correio clássico. O seu uso como sistema de comunicação generalista caiu, devido ao aparecimento novos conceitos. Hoje em dia o mail funciona sobretudo como:

  • ferramenta de trabalho: marcar reuniões, enviar por escrito o que antes era feito por papel, envio de ficheiros em anexo;
  • ferramenta de negócios: avisos de pagamento ou outras acções, confirmações de encomendas, …

Nisto perdeu-se o uso para fins virais (repetição de piadas, insólitos e afins) e para fins de “contacto” pessoal, usando-se agora as redes sociais, fóruns e blogs para isso.

BBS e usenet newsgroups foram tornadas obsoletas com nova tecnologia e reinvenção de conceito, via fóruns web. Tal como aconteceu com o IRC, via sistemas de instant messaging (ver mais à frente sobre estes).

As páginas pessoais são usados ainda no meio académico e científico, mas definitivamente caíram em desuso para tudo o resto. Servindo as páginas pessoais para publicar o que de interesse tem a pessoa e requerendo um mínimo de conhecimentos (html) e capacidade para o fazer (estruturação), percebe-se facilmente a sua queda em desuso…

Os sistemas de instant messaging foram um sucesso na hora. Mataram os sistemas arcaicos com o mesmo conceito e entraram na vida dos utilizadores da internet. “Falar” em chat sempre foi um atractivo dos computadores e suas redes. Lembro-me de ver salas de computadores ligados à internet para fins de aprendizagem cheias de gente a “falar no IRC”, o sistema desse tempo. Hoje em dia vejo pessoas a gastar horas de tempo de trabalho diário em messaging. Há empresas que bloqueiam ou tentam bloquear alguns destes protocolos, mas logo surgem alternativas. No fundo é o escape do trabalho. Com um messenger à mão, fala-se em tempo real com a família, amigos, seja o que for. E pode-se fazê-lo em horário de trabalho, sem que ninguém oiça o que se está a dizer (embora se perceba o que está a fazer) e de forma gratuita. Tudo em oposição ao que acontecia no passado com o uso do telefone. Tem uma virtude ao menos: permite “falar” em trabalho, de trabalho, sem fazer barulho nem incomodar ninguém.


A evolução da comunicação via internet I

1, resenha histórica; 2, perspectiva pessoal, até IM; 3, perspectiva pessoal, dos fóruns às redes; 4, conclusão.

Algo que tem acompanhado a evolução do ser humano é a comunicação: precisamos de comunicar uns com os outros. E passamos a vida a inventar meios para o fazer ou adaptar outros para tal. Isso aconteceu com a internet (e predecessores).

Segue-se uma breve resenha histórica de acontecimentos que eu considero importantes para o tema:

  • mail (~1960): foi o primeiro dos meios de comunicação a surgir nos computadores. Apareceu ainda antes das próprias redes entre computadores existirem. Funcionava para troca de mensagens entre utilizadores da mesma máquina. Mais tarde acompanhou a evolução das redes, tendo sido criados protocolos específicos não só para enviar mails entre utilizadores de máquinas diferentes, como também para permitir aceder ao mail remotamente.
  • BBS e usenet newsgroups (~1978/1979): os verdadeiros percursores dos fóruns online (nesta altura não havia sequer internet: as BBSs popularizaram-se por acessos dial-up e os newsgroups usavam a rede usenet). Estes sistemas popularizaram o conceito dos fóruns em rede acessíveis por computador.
  • — marco histórico, internet ~1983
  • IRC (~1988): permitia conversação em tempo real entre utilizadores. Anos antes já havia sistemas equivalentes, como o talk dos sistemas Unix, e o phone do VMS. Mais tarde reinventou-se o conceito com os sistemas de instant messaging.
  • — marco histórico, web ~1991
  • páginas pessoais (~1993/1994): umas das primeiras utilizações da nova web e a sua linguagem html foi a constituição de páginas pessoais. Tipicamente serviam para as pessoas disponibilizarem informação sobre si que achassem pertinente publicar, desde contactos, currículo, trabalhos realizados, etc.
  • ICQ (~1996): a reinvenção da comunicação em tempo real, rebaptizada de instant messaging. Sucedeu-se um leque de sistemas semelhantes, tendo praticamente cada grande empresa ligada à internet o seu (yahoo: YIM, microsoft: MSN, google: gtalk, … ).
  • websites de notícias (tipo slashdot - ~1997): o objectivo era a publicação de notícias, feito por editores, sendo estas comentadas por utilizadores. Os comentários tornavam este sistema numa espécie de fórum.
  • blog (blogger ~1999): uma espécie de diário online, que rapidamente se impôs, especialmente em detrimento das páginas pessoais.
  • fóruns web (motor phpbb - ~2001): a transposição para a web dos fóruns da usenet e das BBS. No fundo uma migração de tecnologia.
  • “redes sociais” (myspace, hi5, facebook - ~2003/2004): uma agregação inteligente de vários conceitos anteriores (blog, fórum, IM) associados a uma rede de contactos do utilizador (redes de amigos, ligações, …).

sábado, 14 de maio de 2011

Os "ocupados" da web

Não me deixa de surpreender a ironia suprema quando alguém que passa centenas de horas em fóruns, blogs e afins acusa outros de terem “demasiado tempo livre”.


gildot transformado em arquivo

Em Setembro de 2009 escrevia sobre o gildot: «Gradualmente perderam-se as notícias, as contribuições, os bons comentários, resumindo, o interesse. E sem interesse, o fórum enquanto fórum desapareceu. À data em que escrevo isto o site continua teimosamente no ar, apesar de já estar “morto” há muito tempo. E isto é um fenómeno interessante por si: é que os donos do site nunca tomaram a decisão de o fechar (como aconteceu com o ptnix), não houve bater de portas, nem despedidas melo-dramáticas como noutros lados. Simplesmente foi-se definhando… pura e simplesmente perdeu interesse.»

Há dias verifiquei que entretanto o gildot foi transformado em arquivo, i.e., continua a mostrar a informação que tinha mas abandonou o modelo de fórum que possuía. É positivo, já que permite manter viva a informação respeitante a um período, produzida em Portugal, por portugueses, ainda que, verdade se diga, tudo aquilo ser obsoleto hoje em dia e ser algo irrelevante para ter interesse “histórico”.


O programa que "só" a troika soube fazer

A troika esteve cá 15 dias e fez um programa de combate à crise como nenhum governo até hoje foi capaz de fazer.

Depois da vinda da troika a Portugal para acordar os termos do empréstimo internacional, frases na linha da de cima foram-se repetindo por diversas pessoas em diversos lados.

Independentemente da boa ou má opinião que se tenha dos nossos políticos, governantes e governos, a ideia expressa é errónea.

A troika pôs um plano de recuperação da dívida no papel, sem olhar a questões sociais e sem conhecer o país. Mas sobretudo, sem ter que se sujeitar a eleições. Ou seja, um plano meramente técnico que assume o cenário ideal: ausência de efeitos de contestação e cumprimento genérico.

Os partidos e os governantes têm o cenário oposto: oferecem um plano que vai ter concorrência dos dos outros partidos e estão sujeitos a eleições. Não podem ignorar as questões sociais, a contestação, o incumprimento, as fraudes, etc. Ou seja, têm que enfrentar o país real.

Algures entre estas duas realidades, i.e. entre o melhor plano teórico e o melhor plano eleitoral, estará certamente a virtude, o que indiciará provavelmente um problema de modelo. Independentemente disso, são de facto realidades diferentes, pelo que não faz sentido comparar o “programa” da troika com qualquer dos programas de governo do passado.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

"O que os Finlandeses precisam de saber acerca de Portugal"

O que os Finlandeses precisam de saber acerca de Portugal ou “What the Finns need to know about Portugal” é um vídeo produzido pela Câmara de Cascais num contexto em que Portugal está virtualmente na bancarrota, à espera de ajuda estrangeira (leia-se: dinheiro) e na Finlândia surgem contestações a essa ajuda. O caso torna-se problemático devido à necessidade de unanimidade na União Europeia para a concessão de ajuda, não pelo significado da contribuição finlandesa.

O vídeo é brilhante, apesar de pessoalmente não o ter apreciado. Mas factos são factos: o vídeo teve uma aceitação brutal nos media, na comunidade, “beneficiou” do efeito viral e, prova última do seu sucesso, deu origem a uma série de cópias. É hoje trivial encontrar um qualquer “o que é que xxx precisa de saber acerca de yyy”.

Introdução feita e passando ao lado das opiniões óbvias, o que me chama atenção aqui é o seguinte paradoxo: Portugal, em situação de bancarrota, gasta dinheiro para mostrar aos outros que nos devem emprestar dinheiro!

E está tudo dito.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

As erradas "justificações" para votar PS

Do que tenho percebido existe a ideia generalizada que os recentes governos do PS, de Sócrates, foram maus, ou mesmo bastante maus.

Ainda assim existe uma considerável parte dos eleitores dispostos a reeleger o PS para formar governo.

Porquê? Estas são as justificações que mais oiço:

  1. porque a crise foi internacional, logo o governo pouco ou nada podia fazer;
  2. porque não existe alternativa melhor;
  3. e a mais recente, porque qualquer governo terá que implementar as medidas da troika, por isso tanto faz.

Com o devido respeito, nenhuma das justificações parecem fundadas, soam antes a desculpa para justificar um voto incondicional. Vejamos:

  1. a crise internacional causou uma falta de acesso ao crédito, mas o maior dos nossos actuais problemas é o estado ter contraído crédito a mais. Não foi essa crise que fez o estado português aumentar a dívida pública de 90 mM eur em 2005 para os actuais 160 mM eur;
  2. a qualidade das alternativas é desconhecida, mas a da continuidade é má. É uma escolha entre o certamente mau e hipotético mau. Ora entre a certeza do mau e a incerteza do risco, creio ser preferível o risco;
  3. as medidas da troika não constituem per se a totalidade de um programa de governo, portanto há margem para diferenciação. Mas ainda que assim fosse, existe o factor concretização. Se o actual governo já deu mostras de não conseguir concretizar os seus próprios orçamentos, é pouco credível que consiga concretizar as medidas da troika.

O circuito fechado da política e comunicação social

Os políticos tentam convencer a população e a comunicação social chega à população. Por outro lado a comunicação dinamiza-se com novidade de conteúdos e os eventos políticos constituem novidade (ainda que recorrente).

Isto causa um circuito fechado: os políticos tendem a usar primariamente a comunicação social para chegar à população e a comunicação social tende a conceder espaços generosos aos políticos para dinamizar os seus conteúdos.

É um fenómeno interessante, mas corre o risco de se tornar vicioso. Isso acontece se o político eleger a sua presença na comunicação social como um fim e não como um meio de chegar à população. Nesse caso a sua presença e mensagem será optimizada para o formato que melhor efeito produz na comunicação social em vez de optar pela mensagem que melhor esclarece a sua posição. Por seu turno a comunicação social vai privilegiar e valorizar quem atrai mais audiência.

Este efeito faz-se sentir hoje em dia: o bom político deixou de ser o que apresenta as melhores propostas ou o que teve a melhor execução, mas antes quem teve a melhor “estratégia” de comunicação, o que montou o melhor ardil, o que “ganhou o debate” ou o que fez o melhor discurso. Coisas que realmente pouco importam na vida das pessoas.


O PS e o FUD

FUD: Fear, uncertainty and doubt, frequently abbreviated as FUD, is a tactic used in sales, marketing, public relations, politics and propaganda. FUD is generally a strategic attempt to influence public perception by disseminating negative and dubious/false information designed to undermine the credibility of their beliefs.

Incrível como o PS tem vindo a fazer FUD descarado. Primeiro foi FUD com os “mercados”, depois FUD com a crise política, a seguir FUD com o FMI, ainda FUD com as medidas apocalípticas que o FMI imporia e agora FUD com as propostas do PSD. É caso para se dizer: FUDa-se!


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Homenagem a Fábio Coentrão!

Fábio Coentrão

Formado no Rio Ave, foi contratado pelo Benfica em 2007/08. Andou dois anos em empréstimos — apesar do seu já evidente potencial — até ser finalmente “aproveitado” por Jorge Jesus em 2009/10. Com Di Maria a tapá-lo na sua posição de então, extremo esquerdo, Jorge Jesus adaptou-o a lateral esquerdo para ter lugar na equipa titular.

Depois… depois foi o catapultar daquele que neste momento será provavelmente o melhor lateral esquerdo do mundo. De titular indiscutível no Benfica a titular indiscutível da selecção foi um ápice. Enquanto jogador ocupa toda a faixa esquerda, defende bem, ataca melhor. Rápido, (quase) inesgotável, enérgico, batalhador, nunca desiste.

Além de tudo isto, é a imagem da raça, do querer, da devoção.

Sente o que faz, algo caído em desuso com desumanização do negócio do futebol.

image

O Benfica vai ficar mais pobre quando o “vender” por muitos milhões.


Benfica 2010/2011 - a época do quase.

2010/2011 eis a época do “quase” para o Benfica:

  • 2º lugar da Liga
  • meias finais da Taça de Portugal
  • meias finais da Liga Europa
  • campeão da Taça da Liga

Em termos de títulos, uma época equivalente à fracassada de Quique Flores: apenas a taça da liga, a mais recente competição do calendário nacional que já por dois anos “evitou” que o Benfica ficasse em branco nos troféus (embora não sirva de grande consolo, verdade se diga).

Em termos de prestações, uma época bem melhor, contudo. Com Quique o Benfica ficou-se pela fase de grupos da Liga Europa (em último do grupo), em 3º na Liga e foi eliminado precocemente da taça de Portugal.

E no entanto esta época talvez tenha sido a mais amarga. E porquê? Pelo quase. Pelas derrotas face aos rivais do ódio.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

"Soares não comenta acordo com troika porque não o leu"

Soares não comenta acordo com troika porque não o leu

«“Eu ainda não o li, portanto não posso manifestar a minha opinião”, reforçou o antigo presidente da República, (…)»

Será o mesmo Mário “não conheço os dossiers” Soares que diz isto? Os tempos mudam, as pessoas também… ou simplesmente pronunciam a primeira desculpa que lhes vem à cabeça para se negarem a algo.


Justiça da treta = impunidade

«O ex-árbitro de primeira categoria Martins dos Santos foi detido pela PJ do Porto em flagrante com “dinheiro vivo” fornecido a título de suborno pelo presidente da Associação Desportiva de São Pedro da Cova, em Gondomar, e supostamente destinado a outro árbitro para evitar a descida de divisão, apurou o JN. Vai aguardar julgamento sujeito a Termo de Identidade e Residência. (…)

O ex-árbitro foi um dos arguidos do processo Apito Dourado. No âmbito de um inquérito autónomo referente ao jogo Marítimo-Nacional, da época 2003/04, foi condenado a 20 meses de prisão, com pena suspensa. Mas esta condenação foi anulada pelo Tribunal da Relação do Porto, que ordenou a repetição do julgamento.»

À primeira vista poderá parecer que o homem padece do mesmo problema de tantos outros: reincidir num crime, de forma talvez irracional. Mas será mesmo irracional essa reincidência? Se o primeiro crime foi branqueado pela justiça, é porque há impunidade. Se há impunidade porque não repetir o que (lhe) é proveitoso?

É este o mau serviço que a (in)justiça portuguesa tem prestado à sociedade.


Roubarcelona?

Depois de mais uma meia-final da liga dos campeões vencida, desta vez ao Real Madrid, com dois jogos polémicos, dos quais terá saído beneficiado, põe-se a questão legítima se não estaremos perante um rouBarcelona.

Ser a melhor equipa do mundo não adianta muito se não se ganham os jogos. Mas ganhar jogos com ajuda não prova que se é a melhor equipa do mundo. Por isso não se percebe se sem ajudas o Barcelona consegue levar tudo de vencida ou, se pelo o contrário, o seu alegado “bonito” e “bom” futebol claudica face ao pragmatismo de outros “futebóis menores” e “feios”.

Começam a ser já demasiados casos, a quem nem o Benfica escapou em 2005/2006, com um penalti perdoado ao Barcelona na Luz, entre outras pequenas decisões contrárias ao emblema nacional em ambas as mãos.