segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Arbitragens fora de especificação.

Já anteriormente tinha feito uma comparação entre os critérios de arbitragem nacional e europeia em jogos referentes ao Benfica.

Nessa altura concluía-se que o Benfica recebia 2,9 amarelos por jogo da liga nacional versus 1,4 (menos de metade) por jogo da liga Europa. Pior, nos primeiros 5 jogos da liga nacional, jogos em que o Benfica foi extremamente prejudicado, a média de amarelos era de 5 por jogo.

A propósito dos 2 cartões vermelhos exibidos a jogadores do Porto no recente jogo da supertaça europeia muita gente se lembrou de fazer um exercício semelhante, mas relativo ao Porto e a cartões vermelhos. Eis os resultados, relativos à época 2010/2011:

  • Porto, liga nacional, 3 vermelhos em 30 jogos: 0,1 vermelhos por jogo
  • Porto, liga Europa, 4 vermelhos em 17 jogos: 0,24 vermelhos por jogo

Por curiosidade o mesmo exercício, mas referente ao Benfica:

  • Benfica, liga nacional, 9 vermelhos em 30 jogos: 0,3 vermelhos por jogo
  • Benfica, Europa (liga e campeões), 1 vermelho em 14 jogos: 0,07 vermelho por jogo

Registe-se que o Porto sofre muitos mais cartões vermelhos fora de portas que a nível interno. O jogo da supertaça foi apenas um exemplo disso. Já com o Benfica sucede precisamente o oposto.

Creio que as conclusões são óbvias.

Curiosamente, noutro lado o jornalista João Querido Manhã faz uma análise a outro tipo de indicadores estatísticos relacionados com arbitragens nacionais, que apontam para o mesmo tipo de conclusões.


sábado, 27 de agosto de 2011

As falsas notícias.

O jornalismo é uma importante actividade na sociedade. Clama-se por rigor e isenção, coisas que no mundo real são impossíveis de realizar em pleno. Se os próprios agentes de justiça cometem erros de julgamento sabendo que as suas decisões são tomadas, supostamente, quando já não existe dúvida razoável, maiores serão os erros de informação quando o critério de publicação é bem menos rigoroso.

Contudo corre-se o risco desta realidade inevitável — a par da ubíqua liberdade de expressão (que por vezes ser exclusiva a jornalistas) — servir de desculpa para publicar qualquer coisa, independentemente da sua veracidade.

Numa sociedade em que qualquer rumor se espalha como um incêndio numa floresta seca, exige-se uma grande responsabilidade a quem veicula “informações”.

Dois casos tão diferentes quanto estranhos:

  1. Mário Crespo proposto pelo ministro Miguel Relvas para correspondente da RTP em Washington: a informação apareceu inicialmente e apenas no Expresso, propagou-se por toda a parte, dando origem a inúmeros comentários e palpites que, apesar dos desmentidos categóricos do próprio Mário Crespo, deixaram a desconfiança no ar. “Não há fumo sem fogo”, “porque se falaria disto se não houvesse um fundo de verdade?”, “só desmente para se proteger e aos governantes”, …

  2. 28 de Novembro de 2010, o site maisfutebol inventa uma ameaça de um segurança do Benfica à integridade física de um repórter da TVI, após um “episódio” entre este e Jorge Jesus durante uma flash interview (celebrizado pela expressão “então tchau” com que Jorge Jesus abandonou a entrevista). Nenhum outro órgão de comunicação social — incluindo os presentes no estádio — confirmou a “notícia”, a TVI não confirmou, o repórter não confirmou nem fez queixa, o Benfica desmentiu a situação, nem a PSP, que alegadamente teria feito a protecção do repórter, confirmou alguma coisa. No entanto esta invenção propagou-se imediatamente por todo o país, tendo sido a estrela noticiosa durante os dias seguintes, pejorativamente para o Benfica.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Liga dos Campeões e os potes.

Na quinta, 25 de Agosto de 2011, fez-se o sorteio para os grupos da Liga dos Campeões 2010/2011.

As equipas apuradas para a fase de grupos são agrupadas previamente em potes, dos quais se sorteiam grupos com uma equipa de cada pote. Assim cada grupo terá o perfil pote 1 - pote 2 - pote 3 - pote 4.

Cada pote deveria representar equipas com nível competitivo aproximado, criando, neste aspecto, grupos homogéneos entre si e heterogéneos internamente. Deste modo, evitam-se os confrontos entre as equipas mais fortes e, em princípio, adiam-se os encontros entre favoritos para as etapas finais. O facto de, nos oitavos finais, os vencedores dos grupos defrontarem os segundos classificados (entre grupos) também potencia este efeito.

É um princípio geralmente aceite, embora o seu móbil seja predominantemente financeiro e não tanto desportivo. Desportivamente seria um sorteio puro, sem restrições.

Posto isto, a questão é como são agrupados os potes. Os clubes têm um ranking europeu determinado pela soma da sua performance desportiva nos últimos 5 anos nas competições europeias. Os 32 apurados para a fase de grupos são ordenados por esse ranking, constituindo os 8 primeiros o pote 1, os 8 seguintes (9º ao 16º) o pote 2, etc.

Agora vejamos os potes deste ano:

  • pote 1: Manchester United, Barcelona, Chelsea, Arsenal, Bayern Munique, Real Madrid, Porto, Inter;
  • pote 2: Milan, Lyon, Shakhtar, Valência, Benfica, Villarreal, CSKA Moscovo, Marselha;
  • pote 3: Zenit, Ajax, Bayer Leverkusen, Olympiakos, Manchester City, Lille, Basileia, BATE Borisov;
  • pote 4: Borussia Dortmund, Nápoles, Dinamo Zagreb, APOEL Nicosia, Trabzonspor, Genk, Otelul Galati, Plzen.

Se em grande parte o modelo até funciona, há casos aberrantes. Manchester City é demasiado forte no pote 3 e Dortmund no 4, já Basileia é demasiado fraco para o 2, por aí fora. Fora desta lista, vemos um Schalke 04 atrás dum Braga…

Este modelo tem dado origem a maus agrupamentos nos últimos anos: em vez de serem produzidos grupos homogéneos entre si, resultam grupos demasiado fortes (os chamados “grupos de morte”) a outros totalmente desequilibrados, com uma equipa a fazer quase o pleno de vitórias.

Era interessante a UEFA mudar o esquema de constituição de grupos… duas ideias:

  1. usar a soma dos últimos 3 anos, em vez dos últimos 5 como actualmente;
  2. usar a soma “olímpica” dos últimos 5: desses anos remove-se o melhor e pior resultado, e faz-se a soma dos 3 restantes.

domingo, 21 de agosto de 2011

A convulsão de Londres, o rescaldo.

Contexto: dia 4 de Agosto de 2011 uma pessoa é morta numa acção policial em Tottenham, na grande Londres. No dia 6 uma manifestação pacífica de protesto contra essa acção funciona como rastilho para uma sucessão de violência e vandalismo, com consequência de destruição e sobretudo pilhagens de lojas.

No dia 11, depois de grandes reforços das forças policiais e ameaças de aumento do nível da resposta das autoridades com uso de canhões e balas de borracha, a situação começou a acalmar.

Independentemente das análises e opiniões que se produziram sobre isso, há duas coisas que registei:

  • os distúrbios, violentos e em larga escala, foram controladas em cerca de 5 dias, apesar das críticas à passividade da polícia;
  • a quantidade de detenções e condenações feitas e que continuam a decorrer: só na grande Londres, a 17, tinham sido presentes a tribunal 1300 pessoas segundo as últimas notícias.

Isto representa as autoridades e o sistema de justiça a funcionar e de forma célere. Compare-se com o nosso caso Belavista, numa escala substancialmente menor, que demorou cerca de 2 semanas a estabilizar e teve zero detidos, quanto mais acusações ou condenações.


sábado, 20 de agosto de 2011

O que motiva Sobral?

O maisfutebol deverá ser, na minha modesta opinião, um dos mais sui generis projectos de cobertura desportiva, pela negativa. Basta seguir o link anterior para ter uma ideia das minhas razões.

Uma publicação online que mais se preocupa em cobrir insólitos ridículos, expor esposas e namoradas dos atletas profissionais e avançar com títulos bombásticos para notícias banais, não abona muito a favor da relação entre os media e o desporto.

A cereja em cima do bolo são as opiniões do Luís Sobral. Mas isto sou eu a dizer. É a minha opinião. Já as do Sobral são verdades absolutas. Ele critica, julga e condena, tudo à velocidade da internet.

O senhor acha mal Carlos Martins ter ido para o Granada (mas não se preocupou com a ida da estrela em ascensão Ruben Micael para o Saragoça, por exemplo), acha mal que o Benfica tenha empatado na primeira jornada, mas gosta de… Laionel… quem? Não interessa, é o tipo que marcou o golo do empate ao Benfica!

Achou mal não ter percebido a transferência do Roberto para o Saragoça (aparentemente percebeu a do Ruben Micael, talvez pudesse explicar um dia destes, quando não houver novas namoradas de jogadores para publicar em bikini) mas depois de perceber continuou a achar mal. Antes já tinha achado mal o facto de Roberto estar a ser “mal-gerido” (hmm, será que se nota aqui um padrão?).

Achou mal durante o processo de transferência de Fábio Coentrão e depois da transferência ter sido feita achou mal que o melhor jogador do Benfica tivesse sido vendido (nenhuma palavra sobre o processo de transferência de Falcao?).

Etc etc etc etc … de facto este senhor acha tanta coisa mal sobre o Benfica e tudo o que lhe diz respeito, que a cada 3 vezes que acha qualquer coisa, 1 é para achar mal do Benfica. É uma paranóia que podia tentar curar em locais mais apropriados.

Usando uma expressão do próprio: “caro Sobral, continue a marrar”.


Curtas do futebol, da jornada europeia às transferências.

  • Jornada europeia. Com a maioria dos clubes portugueses já em prova houve resultados tão idênticos quanto diferentes:
    • Benfica empata a 2 com o Twente, fora, numa boa exibição (que podia ser melhor) e em que o golo do empate do Twente foi precedido de falta;
    • Sporting empata a 0 fora com um modesto clube dinamarquês;
    • Braga empata a 0 em casa, com um clube suíço;
    • Guimarães perde fora, 2–0, com o Atlético de Madrid;
    • Nacional empata a 0 em casa, com sorte, com o inglês Birmingham;
  • posto isto… o Benfica, apesar de ter o adversário mais credenciado, é o que parece estar melhor posicionado para seguir em frente e também o melhor preparado;

  • Sporting desiludiu mas mantém hipóteses plausíveis de avançar. Parece estar a “Domingues”izar-se…

  • Braga fraco, e vai ter que provar fora, algo a que não estão habituados;

  • Nacional e Guimarães com poucas hipóteses.

  • Saídas do Porto. Também se noticiou as vendas de Falcao e Ruben Micael do Porto para o Atlético de Madrid, por um total de 45 milhões, 40 correspondentes a Falcao e 5 do Ruben. Fica um “bocado” abaixo dos 75M das respectivas cláusulas de rescisão mas, hey, afinal este é o clube dos super negócios (chico-)espertos. Ou serão também milhões da treta?

  • Ruben, o prodígio que demorou um mês a lembrar-se em que olho Jorge Jesus lhe enfiou o dedo, é despachado ano e meio após a sua venda do Nacional para o Porto. 3M por 60% do passe. Agora é vendido por 5M… o que representa o valor do passe dessa altura. Ou o Porto só está a vender os 60% que detém? Era uma boa questão a ser esclarecida pela CMVM, mas aparentemente a CMVM só tem dúvidas com os negócios do Benfica. Dos outros conhece tudo, apesar dos telegráficos comunicados.

  • Este mesmo prodígio, que num ano e meio de redondos sucessos ao serviço do seu clube aparentemente em nada valorizou o passe, nem chegou a aquecer o lugar no Atlético e segue directo, por empréstimo, para o Saragoça, onde vai fazer companhia ao guarda-redes Roberto, ex-Benfica. Mas os negócios dos outros é que são estranhos, claro.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Governo: o bom e o mau.

Com cerca de 2 meses de governo, há boas e más notícias.

As boas:

  • os primeiros esboços de desboysificação: fica a ideia de estar a existir algum reaproveitamento de quadros do governo anterior e que as nomeações estão a ser em menor número e, sobretudo, mais transparentes, com a criação do prometido site das nomeações e respectivos salários;

  • menos conversa, mais acção: ao contrário do anterior governo que abusava da propaganda até ao limite da paciência, este governo parece “falar menos” e “fazer mais”. Pelo menos não têm chovido anúncios de projectos sonhadores como se fossem realidade a cada presença do 1º ministro na A.R.;

  • algum esforço de corte / poupança: entre medidas residuais e patéticas (dispensa de usar gravata para poupar em ar condicionado no ministério do ambiente) a medidas mais significativas e concretas (fusão do instituto do desporto com o da juventude, fim da Parque-Expo, redução de custos da administração da CGD), são sinais positivos na redução da despesa do estado.

As más:

  • combater o deficit da mesma forma que fazia o anterior governo: aumentando impostos (imposto extraordinário sobre o rendimento, aumento do IVA da electricidade e gás);

  • pior… durante o anterior governo, o PSD e o CDS diziam que não se podia aumentar mais os impostos e que a consolidação teria que vir do corte de despesa do estado, dando a entender terem várias ideias sobre como o fazer. Agora, no governo, fazem o que diziam não se dever fazer, e não fazem o que era suposto saberem fazer;

  • ausência de corte de despesa: enquanto oposição anunciavam-na como o caminho a seguir. Uma vez no governo têm-se esquecido disso. Os primeiros anúncios de índole financeira do governo foram decepcionantes aumentos de impostos. A redução da despesa foi adiada para Agosto, altura em que se voltou a apresentar mais penalização de impostos. Agora fala-se em adiar dois meses até ser anunciado o plano de redução de despesa;

  • falhou em algumas ilusões que quis vender:
    • reduzir a dimensão do governo no número desejado: houve redução no total de ministros e secretários de estado, mas pouco significativa;
    • suspensão do projecto do TGV: bastou uma ida a Espanha para a suspensão… ser suspensa.

Creio que a chave do sucesso ou insucesso deste governo será a apresentação do tão esperado plano de poupança. Mais para o 4º trimestre se verá.


Curtas do futebol, da selecção à 1a jornada.

  • Selecção. Nestes dias houve um jogo particular com a fraca selecção do Luxemburgo. A grande novidade acabou por ser a convocatória de Quim e Nuno Gomes, jogadores que nos seus últimos tempos de Benfica não foram convocados, deixando no ar a sensação que teriam sido convocados apenas por terem saído do Benfica. Isso não passou desapercebido e as críticas foram várias, exceptuando os idiotas do costume.

  • O facto de João Tomás — um pragmático e sobrevivente veterano avançado nacional, melhor marcador português da época passada e segundo melhor geral — continuar a ficar de fora, fica sem explicar. Estranhamente, já que sendo um ex-jogador do Benfica reúne todas as condições para ser seleccionável.

  • Relativamente desapercebido, contudo, foi a novidade do jovem Castro, médio portista, que poucas semanas depois da sua primeira convocatória à selecção foi emprestado a um clube espanhol (os idiotas do costume não acharam nada de estranho, apesar de terem achado mal o empréstimo do benfiquista Carlos Martins a outro clube espanhol).

  • O que não estranhou, já que meses antes um jogador pouco utilizado no Porto, Ruben Micael, estreou-se também na selecção, apenas para culminar numa estranha venda seguida de imediato empréstimo a outro clube espanhol! Provavelmente este estranho negócio ditará o adeus à sua curta passagem pela selecção…

  • Voltámos aos tempos da selecção como entreposto de jogadores??

  • Arranque da liga. Por cá tudo normal, a maior parte dos jogos a terminarem empatados na primeira jornada, com apenas 3 excepções.

  • Uma delas do inevitável Porto, que quase sempre começa bem, começando mal. Ou vice-versa. Como? Começam mal a jogar mau futebol. Começam bem a ganhar. Desta vez foi Benquerença, esse portento da arbitragem. Isto de aparecer um penalti milagroso (leia-se: inventado) sempre que dá jeito… dá jeito. No ano passado a vítima foi a Naval, desta feita o Guimarães, e nem o factor casa lhes valeu.

  • E por falar em penaltis inventados… falemos do incrível Hulk. Este prezado “bloguista” analisou as estatísticas e revela que Hulk, em 124 jogos, tem 56 golos marcados, dos quais mais de 23% foram obtidos por penalti. Ou seja, aproximadamente em cada 4 golos que marca, 1 é de penalti. É realmente incrível.


Última hora: Porto rouba senhora das limpezas ao Benfica!

Foram anunciadas duas contratações do Porto. Um desses (quem?) veio afirmar que também tinha sido abordado pelo Benfica levando imediatamente ao delírio aquele grupo de escribas acéfalos que vibram com os “roubos” do Porto ao Benfica. Aliás, agora já usam um eufemismo: em vez da expressão “roubo/roubado” que antes empregavam, falam na “luta que o Porto ganhou ao Benfica pelo jogador x” ou em “vitórias”. Devem ter concluído que “roubo” no contexto do porto tornava a notícia demasiado vaga.

Esta historieta faz lembrar aqueles miúdos que após dizerem uma piada, de graça moderada, passam a vida a repita-la na esperança de continuarem a ter piada. Não têm.

O Porto e os seus escribas amestrados devem perceber que esta piada já está esgotada. Já fazem figura de parvos ao pretenderem que todas as contratações que fazem são “roubadas” ao Benfica. E nem sequer é digno forçar os novos jogadores a chafurdar nessa lama. Já bastou o outro que só depois de ser contratado pelo Porto é que se lembrou em que olho o Jorge Jesus lhe tinha enfiado o dedo.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Benfica e o Granada

Interessante o que se passa entre o Benfica e o Granada, clube que subiu este ano à primeira divisão espanhola. São já 3 os jogadores, ou ex-jogadores, do Benfica cedidos ao Granada — Júlio César, Carlos Martins e Jorge Ribeiro — e há notícias que juntam a esta lista mais outros dois, Franco Jara e Yebda.

Estará o Benfica a preparar um clube satélite em Espanha? Ou serão outros interesses financeiros em jogo? A ideia de manter uma relação desportiva de rotatividade de jogadores numa liga como a Espanhola é bastante interessante.

Resultados da liga espanhola do ano passado, 2010/11. Há um grande grupo a lutar pela manutenção: 11 equipas, do 8º ao 18º lugar, com apenas 6 pontos de diferença entre si. Como descem os 3 últimos, existem algumas hipóteses de manutenção para um recém-promovido, se conseguir entrar neste “pelotão”.

1Barcelona96
2Real Madrid92
3Valencia71
4Villarreal62
5Sevilla58
6Athletic58
7At. Madrid58
8Espanyol49
9Osasuna47
10Sporting Gijón47
11Málaga46
12Racing Santander46
13Zaragoza45
14Levante45
15Real Sociedad45
16Getafe44
17Mallorca44
18Deportivo43
19Hércules35
20Almería30

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O vereador e as portagens no IC19 e IC2

Há poucos dias o vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Nunes da Silva, revelou o interesse da câmara em cobrar portagens nas vias IC19 e IC2, para entrar em Lisboa. A ideia, segundo ele, era “que todas as portagens na primeira coroa de acesso à cidade de Lisboa tivessem o mesmo valor e tivessem o valor mais alto que está hoje a ser praticado [ponte Vasco da Gama, 2,40 euros], em que o diferencial entre o valor que está contratualizado com as concessionárias e esse valor mais alto ia para um fundo de apoio aos transportes colectivos [de Lisboa]”.

Isto é tão surreal e questionável que se estranha vir da figura de um vereador municipal. Com o conforto de quem não seria sequer afectado por tal medida, eis algumas considerações:

  1. o modelo de portagens existe para compensar os concessionários dos custos que tiveram na construção e/ou com a conservação e manutenção das vias concessionadas;

  2. o vereador pretende que parte do valor das portagens sirva para financiar a rede de transportes colectivos, o que viola grosseiramente o princípio utilizador-pagador tão invocado para cobrar portagens: os utilizadores das vias rodoviárias estariam a pagar parte dos custos dos transportes colectivos sem os usar, assim como o recíproco;

  3. portanto, nuns casos alega-se o princípio utilizador-pagador para justificar portagens, por outro aplica-se o princípio solidário e redistributivo para… justificar portagens! Interessante…

  4. o princípio solidário e redistributivo faz-se através de impostos, não através de portagens ou taxas;

  5. o diferencial entre o valor mais alto e o valor contratualizado com as concessionárias seria efectivamente uma taxa de entrada em Lisboa. Não sendo especialista de direito, acho estranho a possibilidade de se cobrar uma taxa de acesso a toda uma região pública, sendo a sua única razão estar-se a fazê-lo por uma via rodoviária de grande/médio fluxo;

  6. as taxas são cobradas para um fim específico, neste caso estar-se-ia a taxar a entrada em Lisboa. Só que esta taxa variaria consoante o tal diferencial. Assim, para a mesma finalidade — entrar em Lisboa — haveria taxas diferentes a aplicar às pessoas conforme a via que usassem, o que não parece muito legal. No limite haveria quem não pagasse de todo para usufruir do mesmo “benefício”.

A isto se juntam outras “estranhezas”, como:

  1. dias antes, perante a hipótese de introdução de portagens no IC19 e CRIL pelas Estradas de Portugal, o mesmo vereador se ter manifestado contra, usando diversa argumentação;

  2. as portagens das vias referidas não serem da competência ou responsabilidade da Câmara de Lisboa;

  3. estar a haver uma enorme promiscuidade entre custos e receitas de uso de vias rodoviárias, com custos de transportes públicos, com acesso a cidades;

Está visto que nestes dias a crise vai servir de desculpa para muitas aberrações.


Eleições legislativas 2011, os resultados.

Embora tardiamente, eis a análise às eleições legislativas 2011.

  1. sondagens, continuam a ser uma ciência demasiado inexacta e estranha. Este sector deveria mais regulado (ver tabela abaixo);

  2. resultados… o que mudou das eleições de 2009 para estas? Na vertente dos candidatos, apenas o líder do PSD, todos os restantes eram os mesmos. Na vertente dos resultados, basicamente, o PS “troca” de resultados com o PSD e há um tombo relativo do BE. Estes eram resultados expectáveis em 2009 face ao desgaste do PS existente já nessa altura, não fosse a desgraça MFL;

  3. episódio, na ante-véspera das eleições, último dia de campanha, estava um apoiante do PS a distribuir folhetos partidários. A reacção da generalidade das pessoas era não aceitar ostensivamente, havendo umas quantas que ficavam a barafustar. Foi um indicador prático do que viria a acontecer dois dias depois.

Última sondagem do expresso vs realidade:

Sondagem expressoRealidadeDiferencial
35,538,63–3,13 psd
3128,05+2,95 ps
1311,74+1,26 cds
8,27,94+0,26 pcp
6,35,19+1,11 be

O PS continua a valer mais nas sondagens que na realidade, e ficaram por explicar aqueles persistentes “empates técnicos” ps-psd em que nem os clones do Sócrates acreditavam.