domingo, 5 de junho de 2011

Eleições legislativas 2011, a campanha.

Em Setembro de 2009 abria este blog, anónimo e generalista, sobre o qual já vinha a considerar há algum tempo (um dia farei um tópico sobre o assunto). E o factor decisivo para isso foram as eleições legislativas que se avizinhavam. De facto o primeiro artigo foi uma explicação do método de Hondt e a maior parte dos artigos desse mês reflectiam as eleições: sobre os debates, sobre a campanha, sobre os resultados, etc.

Talvez um dos mais interessantes seja o “Governo até quando”, onde questionava quanto tempo iria durar o, então, novo governo, dado o pouco suporte com que tinha ficado na Assembleia da República, a perda definitiva do chamado “estado de graça” (apesar da vitória) e os problemas que continuavam a existir apesar da propaganda em contrário.

Dito e feito. Um ano e meio depois cai o governo. Amanhã ver-se-ão quais os resultados, embora uma derrota significativa do PS seja mais que previsível, não sendo precisas sondagens da treta para ter essa percepção.

Porquê? Porque o país chegou a um estado financeiro completamente lastimoso em que o Estado não só não deu o exemplo, como se mostrou o pior comportado. Gastou-se em demasia, para poucos resultados visíveis. Agora é altura de pagar uma dívida de tal ordem que é praticamente inviável ser paga: o esforço para o fazer vai exigir recursos ao país que irão causar recessão, diminuindo a capacidade de gerar recursos para manter o esforço da dívida. Esta é a realidade que ninguém assumiu.

Voltando à “campanha”, duas partes:

  • os debates (tecnicamente em período anterior à campanha): prova-se que continuam a servir mais para alimentar o círculo fechado da política e comunicação social que outra coisa. Promovem o soundbyte e despoletam inúmeras análises sem qualquer interesse prático.
  • campanha: aqui houve grandes diferenças face a 2009. Enquanto nessa altura Sócrates era o lobo no meio de uns cordeirinhos a fazer meh meh, desta vez, sobretudo o PSD, armou a barraca e partiu à luta. Nesse aspecto estiveram bem, evitaram perder pela estratégia FUD do PS ou pelas contra-razões de voto (da propaganda já não havia perigo, dado o ponto a que as coisas chegaram entretanto).

Quanto às eleições, amanhã logo se vê.


Portugal 1-0 Noruega

Um jogo fraco em que valeu a vitória. O que me fica na memória acaba por ser o enorme sono sentido durante o jogo, por um lado, e por outro os ridículos comentários durante a transmissão. Sobre isto há 3 lances que merecem destaque:

  • Bruno Alves faz falta — intencional ou não — sobre um jogador da Noruega na grande área de Portugal, logo era penalti. Houve aqui uma ajudinha do árbitro que não esteve para se chatear muito (para ambos os lados). As imagens são óbvias mas o que dizem os comentadores? Que não é, porque não foi intencional.
  • Outro lance, desta vez na grande área oposta, um jogador norueguês corta uma jogada de Nani. Vendo a repetição vê-se que o jogador apenas corta a bola. Os comentadores ficaram todos chocados com o penalti que ficou por marcar.
  • Mais tarde Fábio Coentrão corta uma jogada perigosa de contra-ataque norueguês. Não foi marcada qualquer falta mas os comentadores acham que foi. “Teria sida uma falta cirúrgica”, dizem eles. Revendo as imagens, nota-se que foi o norueguês a fazer falta após Coentrão ganhar posição (embora o árbitro não tenha assinalado qualquer infracção).

Que cambada.