quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Man. United 3 - 3 FC Basel e a arrogância inglesa.

Quando saiu o sorteio da fase de grupos da liga dos campeões 2011, que colocou no mesmo grupo Man. United, Benfica, Basileia e FC Otelul, rapidamente os ingleses disseram que o Man. United tinha tido muita sorte com o sorteio, teria passagem quase garantida com grandes chances mesmo de fazer 18 pontos (ou seja, ganhar todos os seus jogos).

Depois do empate no primeiro jogo com o Benfica e agora com outro empate in extremis com o Basileia, não só já não farão 18 pontos garantidamente — mesmo que ganhem todos os restantes jogos conseguem 14 — como a passagem no grupo subitamente deixou de ser favas contadas.

Menos arrogância e mais respeito pelos adversários precisa-se para aquelas bandas.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cartão de cidadão, o que se ganhou?

O cartão de cidadão (CC) foi uma teimosia do penúltimo governo que foi “vendido” na base da simplificação que iria trazer ao cidadão.

Digo “vendido” entre aspas porque o sistema foi imposto. Teria sido vendido se ambos os sistemas — CC e anterior — tivessem podido coexistir, cabendo a cada cidadão optar pela sua via. Assim, tornando-se obrigatório, o sistema foi-nos imposto.

Alegadas vantagens do CC:

  • tem o formato e dimensões dum cartão de crédito, o que é já um standard de facto em cartões;
  • concentra 5 cartões num só: bilhete de identidade (BI), segurança social, contribuinte, saúde e eleitor;
  • é mais difícil de falsificar que o BI;
  • permite autenticação electrónica.

Desvantagens:

  • é mais caro para o contribuinte: dos 5 cartões que substitui apenas o BI era pago e custava cerca de 8 eur. O CC custa 15 eur. Adicionalmente a partir de uma certa idade o BI passava a ser válido por 10 anos, enquanto o CC tem sempre uma validade de 5 anos, independentemente da idade da pessoa;

    • feitas as contas, no sistema antigo cada pessoa precisava renovar o BI, no mínimo, 8 vezes ao longo da sua vida (contando o primeiro BI como renovação), todos os outros cartões eram gratuitos e não tinham renovação periódica obrigatória => 8 * 8 = 64 eur;

    • com o CC, que é renovado a cada 5 anos, pelo menos desde os 6 anos, são necessárias no mínimo 13 renovações: 13 * 15 = 195 eur;

    • (as contas de cima levam em consideração que a partir de uma certa idade — 60, 65? — os cartões passam a ser vitalícios, mas não consegui validar isto relativamente ao CC);

  • não se ganhou qualquer funcionalidade: a única adição foi o sistema de autenticação, mas isso já existia, e existe, por outros meios como usado nas declarações electrónicas;

  • expõe demasiada informação no mesmo cartão: frequentemente somos “obrigados” a deixar cópias do CC onde consta toda a informação referente aos cartões que substitui, excepto informação de eleitor.

Acredito que algumas pessoas gostem da conveniência de ter apenas um cartão, que outras gostem do aspecto “tecnológico” do mesmo, afinal aquele aspecto credit card é tão sexy, mas para mim o Cartão de Cidadão resume-se a um roubo tecnológico, inútil e imposto.

Como referência fica o parecer da CNPD em relação ao CC.


Um aspecto da evolução social em 30 anos.

Educação e muito mais informação foi algo que se ganhou nos últimos 20, 30 anos. A primeira via maior escolaridade e formação. A segunda por mais comunicação social em geral, mas sobretudo pela internet.

Com a internet temos muita coisa ao nosso alcance e ainda mais. A constituição e generalidade das leis que eu sabia existirem há 20 anos, mas não sabia quais eram, são fáceis agora de conhecer e pelo caminho encontram-se opiniões de outras pessoas, casos, e até acordãos judiciais.

As pessoas vão aprendendo que têm direitos e começam a reivindicá-los. Por muito ou pouco insignificantes que sejam.

É isto que se tem vindo a ganhar. Protecção, privacidade, acesso e retenção dos nossos dados, direito enquanto consumidores, perante o estado, etc. E no entanto ainda tão espezinhadas são estas coisas, apesar de acreditar que a tendência seja melhorá-las, tal como outras características menos boas da nossa sociedade.


Notas de um Porto 2 - 2 Benfica.

Porto 2 - 2 Benfica

Simulações

  • Triste o espectáculo de anti-desportivismo que os jogadores do Porto fizeram. Fucile e Guarin em particular, mas também Alvaro Pereira, Hulk e Varela, fizeram teatro em muitos lances para tentar arrancar amarelos (Guarin conseguiu-o a Javi e Luisão numa falta assinalada em que ninguém sequer lhe toca) e vermelhos aos jogadores adversários, além de livres perigosos.

Árbitro

  • Tenho alguma dificuldade em ver no árbitro sistematicamente o “lobo mau”, aquele que quer fazer uma equipa ganhar e outra perder. Pode acontecer, de certeza que já aconteceu — existem evidências factuais disso num passado recente — mas é estranho que isso aconteça numa base sistemática.

  • A certa altura do jogo, com resultado ainda a 0–0, havia 7 faltas assinaladas ao Benfica e 1 ao Porto. Ora nem o Benfica tinha cometido tantas, nem o Porto tão poucas. Nessa altura havia já algumas simulações de jogadores do Porto, umas quantas “bolas no braço” inventadas, etc a prejudicar o Benfica, e também alguns “fechar de olhos” a jogadas do Porto, como o caso em que o Hulk faz falta sobre o Emerson (puxa-lhe o braço) e acaba por dominar a bola por lá da linha de fundo, tendo a equipa de arbitragem permito continuar o lance, que acabou por ser resolvido pela defesa do Benfica.

  • Agora se o árbitro quisesse deliberadamente prejudicar alguém, não teria formas mais inteligentes de o fazer? Há tantos lances em que se podem tomar decisões que penalizam fortemente uma equipa — e houve-os neste jogo — os quais mais tarde “têm de ser entendidos” face às leis do jogo. Então para quê assinalar falta numa simulação? Ou deixar continuar uma jogada inócua que devia ser falta?

  • Incompetência. É a explicação para muitas das más arbitragens que se assistem.

Discursos encomendados

  • Já começa a ser hábito o staff do Porto ter um discurso numa primeira fase, e depois de regressaram do balneário falarem a uma só voz de algo que não tinham falado antes. Deve ser a voz do mestre. Desta vez foi a alegada agressão de Cardozo a Fucile. Antes da ida às cabines não falavam disso, à sua vinda era o discurso na boca de treinador e jogadores.

Contentes com resultado?

  • É certo que o historial de resultados no estádio do Porto não é brilhante para o Benfica — vá-se lá saber porquê, mesmo nos tempos dos super-Benficas era sempre difícil ganhar lá, e ainda há idiotas que falam em regime — mas ficar contente com um empate parece mal. O discurso até foi bom: tirar um empate no estádio do adversário não é mau. Mas o entusiasmo não escondeu que aquele empate foi tratado como vitória.

Bom demais?

  • O clube que não hasteia a bandeira do Benfica, coloca nos placares “Visitante” em vez do nome do adversário como é dos regulamentos, o clube cuja trajecto até sua casa costuma ser marcado por apedrejamentos e outro tipo de arremesso de objectos, o clube em cuja casa se inovam sempre novas formas de agredir e insultar adversários, seja com bolas de golfe, seja com gangs organizados liderados por agentes… desta vez não aconteceu nada disso.

  • Como justificações fala-se na presença de um observador da UEFA, fala-se na proximidade das eleições para a presidência da FPF e consequente luta de poder, …

  • Justificações à parte, algo que ninguém falou é do seguinte: todos esses acontecimentos típicos foram agora simplesmente “desligados”, como se de um botão se tratasse. on/off. Aquilo que sempre foi evidente, é-o agora ainda mais, todas essas acções das turbes parecem ser controladas por alguém acima.


A irracionalidade no futebol.

Por princípio, tento evitar atingir a irracionalidade que o facciosismo consegue provocar nas pessoas. É um fenómeno comum em várias “áreas” da sociedade, desde o desporto, religião, política e até ao mercado: “guerras” de marcas entre consumidores é algo tristemente comum.

No caso do futebol isso é evidente. Consultar escritos de adeptos de clubes de futebol em geral, retirando algumas dignas excepções, é mergulhar num mundo de extremismos, intolerância e delírios.

O resultado prático disto é a criação de uma atmosfera de equivalência entre todos, que é errada. Eu próprio caio nesse erro ao dizer atrás: “adeptos de clubes de futebol em geral”. Nem as massas adeptas são iguais, muitos menos os clubes, suas acções e comportamentos, são iguais. Insistir na irracionalidade só serve para branquear a corrupção, a maldade e a batota por quem a faz.


O mundo copy-paste.

Uma coisa que a internet veio reforçar foi a necessidade que temos de nos copiar. Na comunicação social já era um fenómeno notório, que se tornou mais evidente com o aumento de publicações da área: muitas notícias são cópias ou citações do material que foi publicado noutro lado.

Na internet o fenómeno massificou-se, com particular foco em blogs, fóruns web e, mais recentemente, nas redes sociais. Aí são poucos os conteúdos úteis que se criam, limitando-se a re-noticiarem as notícias do dia ou a replicarem temas de outros blogs que lhes tenham interessado.

Hoje em dia a internet, na componente de conteúdos noticiosos ou de opinião, é um grande mundo de copy-paste. Esta situação pouco valoriza o meio. Não acrescenta nada de novo ao que já se sabe e torna mais difícil pesquisar informação alternativa porque, como a mesma coisa é repetida em vários lados, as pesquisas retornam todos esses sítios como se fossem coisas diferentes.


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O mau vendedor.

Apesar da ressalva feita ao bom vendedor continuo a achar que a maioria dos vendedores são maus: enganam deliberadamente para conseguir realizar vendas. Além da repulsa social por estas acções — cujas vítimas são maioritariamente pessoas com menos conhecimentos, como idosos — em termos económicos são negativas, desequilibrantes do mercado competitivo, uma vez que vendem bens medíocres por valores maiores ou iguais a bens concorrentes superiores.

Dito isto vou relatar um incidente passado comigo que demonstra a desonestidade e má fé com que esta gente se move. Há dias apareceu-me em casa uma representante da ENDESA a tentar vender-me a ideia que os serviços desta entidade seriam mais baratos.

Acontece que pouco tempo antes tinha trocado a minha tarifa para o modo bi-horário e antes de o fazer tinha conduzido uma apurada investigação: corri vários simuladores disponíveis na net, fiz contas para calcular rácios de rentabilidade a partir do qual bi-horária compensava, etc.

Fui dizendo todas estas coisas à senhora, informando adicionalmente que o meu perfil actual de consumo era de 50% em horário vazio, 50% em horário cheio. A senhora passou todo o tempo a tentar enganar-me, a tentar provar que o modo bi-horário com um perfil destes ficava mais caro até que o modo simples, usando argumentos irrelevantes (como o facto de no modo bi-horário a tarifa em cheio ser o dobro da tarifa em vazio: o que é que isto tem a ver com a comparação à tarifa em modo simples?! Até podia ser o quíntuplo), mentindo ao afirmar que os preços iriam aumentar 30% (como os rumores indicavam na altura) mas apenas para a EDP… enfim, um chorrilho de mentiras.

Impressiona-me que estas pessoas existam. Impressiona-me que estas pessoas consigam enganar alguém. Impressiona-me que estas pessoas acabem mesmo por enganar alguém.

Nota: alguns números sobre o assunto.

Segundo o preçário das tarifas de electricidade em instalações de baixa tensão, para 2,3 kVA < potências <= 20,7kVA:

  • encargo de potência (“preço do quadro”): independente de ser modo simples, bi-horária e tri-horária, igual em todos estes casos para o mesmo nível de potência;
  • EUR/kWh simples: 0,1326
  • EUR/kWh bi-horário cheio: 0,1448 ; vazio: 0,0778

Perfil de consumo 50/50, preço médio por kWh:

  • EUR/kWh simples = 0,1326
  • Mesmo que a ENDESA faça 5% de desconto à tarifa simples = 0,1326 * 0.95 = 0,12597
  • EUR/kWh bi-horário = 0,5 * 0,1448 + 0,5 * 0,0778 = 0,1113

Perfil de consumo 50/50, com consumo de 5000kWh (2500kWh em cada horário):

  • simples = 5000 * 0,1326 = 663,00 EUR
  • simples com desconto 5% = 5000 * 0,1326 * 0,95 = 629.85 EUR
  • bi-horária = 2500 * 0,1448 + 2500 * 0,0778 = 556,50 EUR

Parece-me mais do que óbvio qual fica mais barato.

Outra abordagem: a partir de que perfil de consumo é o modo bi-horário mais vantajoso? Basta resolver a seguinte inequação:

  • 0,0778x + (1-x)0,1448 < 0,1326 => x > 0,1820895522
  • isto é, a partir de 18,2% de consumo em horário vazio já é mais vantajoso o modo bi-horário que o modo simples;
  • ou dito de outro modo, o rácio hv:hc de 1:4,45 já é suficiente para ser mais vantajoso que o modo simples, sendo que quanto mais baixo a segunda parcela, ou alta a primeira, mais compensador é.

sábado, 17 de setembro de 2011

O bom vendedor.

A percepção geral sobre os vendedores é que são uns intrujões, mentirosos, enganadores com o supremo objectivo de impingir coisas às pessoas que elas não querem e/ou fazê-las pagar mais.

Infelizmente essa imagem corresponde à realidade na generalidade dos casos com que me deparei pessoalmente.

Mas também há o bom vendedor. O bom vendedor é o que percebe as necessidades ou desejos do cliente e tenta ajudá-lo a fazer a melhor compra. O melhor vendedor que conheci até hoje foi o vendedor do meu carro. Não me chateou durante o processo de compra, não se apressou a (tentar) fechar o contrato antes de eu ter tomado uma decisão, como outros tentaram e foi prestável sempre que precisei, também ao contrário de outros. Na hora da configuração final recomendou alguns extras que eu não escolheria, mas que hoje estou agradecido por o ter feito e, adicionalmente, aconselhou a não comprar outros extras pela desvantagem do seu custo-utilidade.

Resultado, é uma pessoa que eu não só recomendo, como voltarei a fazer negócio se tal for possível. Já o vendedor intrujão consegue um negócio se tanto, não o volta a repetir e fica mal afamado. São opções.


Fazer política através de notícias ou vice-versa?

Um hábito que se tem intensificado nos últimos governos — independentemente da sua composição partidária — é o surgimento regular de notícias a revelar pretensas medidas a serem tomadas num futuro próximo. Raramente algumas destas cachas jornalísticas se vêm a concretizar tal como foram noticiadas e frequentemente são desmentidas de seguida pelas autoridades respectivas.

Só nos últimos meses, sem qualquer pesquisa, vêm à cabeça: o convite de Mário Crespo para correspondente da RTP, o lançamento de portagens no IC19 e CRIL e, ainda ontem, o aumento da electricidade em 30%. Isto excluindo as notícias sobre matéria fiscal que são aventadas quase semanalmente.

Muito sinceramente ainda não consegui perceber o fenómeno: se se pretende fazer política via notícias ou se se pretende fazer notícias via política.

Política via notícias: é uma tese que encontra algum eco. Os governos ou autoridades em geral lançam uma medida drástica via comunicação social, essa medida gera alguma revolta na sociedade mas simultaneamente algum efeito de aceitação devido à sua inevitabilidade, mais tarde é lançada uma versão mais suave dessa medida. Exemplo: em vez de 30% de aumento da electricidade, esta poderá aumentar “apenas” 15%.

Isto é usar a comunicação social para medir o pulso das medidas pretendidas.

Notícias via política: nesta tese seria a comunicação social a inventar, ou a aceitar fontes sistematicamente não-credíveis como confiáveis, notícias para capitalizar edições vendidas. Seriam exercícios de especulação, fantasiosos, em que alguns até poderiam coincidir com a realidade. Um pouco à semelhante do que acontece nos jornais desportivos a propósito das contratações de jogadores.

Existem mais cenários possíveis, como é óbvio, e provavelmente até poderá ser que aconteça um pouco de todos na realidade. Mas não deixa de ser estranho esta constante noticiar de falsas medidas.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Fim da linha para Jardim?

Alberto João Jardim é uma figura ímpar. Consolidou a posição de rei virtual da Madeira à custa de uma atitude provocatória e de ódio q.b. ao continente, que lhe permitiu perpetuar uma estilo de política insustentavelmente despesista.

Com o rigor das contas a apertar começaram a surgir notícias de buracos financeiros provenientes da região. O último dá conta de mais de mil milhões de euros referentes a 2008, 2009 e 2010. Começa a ser demais, mesmo para a Madeira, mesmo para Jardim.


Fama = dinheiro?

Num passado bem recente fama era igual a dinheiro. Quem se tornasse famoso, fosse por que meio fosse, candidatava-se a uma espécie de cheque social, concretizado em anúncios, programas televisivos ou, no pior dos cenários, aparições em festas populares, bares e discotecas.

É interessante como esse fenómeno começa a desvanecer-se. É certo que ainda subsiste mas a relação já não é directa. Já não basta um fulano mediano, de capacidades medianas, se tornar uma vedeta instantânea por ter obtido uma visibilidade esporádica fruto das vicissitudes da vida.

Aos vencedores de reality shows, jovens actores de talento mediano ou autores de fenómenos virais já não está reservado o eldorado das socialites.

Nota: o célebre personagem do vídeo viral “sai da frente guedes”, que é bastante cómico de facto, quando entrevistado disse esperar que o vídeo lhe trouxesse um bom emprego. O jovem acabou por participar num anúncio comercial onde mal se percebe o que diz, sequer. Daqui a uns meses já ninguém se lembrará dele e restar-lhe-á apenas a vida que queria abandonar.


Filão de sonhos perdidos.

Sobretudo desde o aparecimento das televisões privadas que se generalizaram os formatos de revelação de talentos. E de facto estes programas vieram revelar pessoas de inegável talento — pelo menos bem acima das capacidades comuns — mas porventura não o suficiente para singrarem no mundo profissional. Imitar na perfeição uma dúzia de músicas conhecidas é diferente de conseguir compor e ter um estilo próprio. Fazer um prato surpresa de comida em 30 minutos requer as suas virtudes mas não é o mesmo que se exige a um cozinheiro profissional.

Estes concursos cumprem bem o seu papel enquanto programas de entretenimento: entretêm a audiência. Mas falham na promessa dos sonhos que iludem. Os vencedores acabam na maior parte dos casos por verem os seus sonhos diluídos numa coisa que se chama realidade.


Pobres, feios e maus.

A tirada de Cristiano Ronaldo sobre as assobiadelas que é alvo fez as delícias da imprensa e correu mundo: “Assobiam-me porque sou bonito, rico e um grande futebolista”.

Realmente quando comparados com o CR a esmagadora maioria de nós, até por força estatística, é pobre, feia e má no que faz. E isso pode bem ser motivo de inveja. O que é certo é que existe um embirração com o indivíduo quase universal que começa a roçar a patologia, independentemente da pobreza, fealdade ou incompetência de cada um.


domingo, 4 de setembro de 2011

Ricardo Carvalho: um mau dia.

Muito se tem escrito e falado sobre Ricardo Carvalho nestes dias. Todo o tipo de análises e conjecturas para aquilo que foi apenas

… um mau dia. Apenas isso. Quem é que nunca se “passou” numa ou noutra situação? Há que ultrapassar e continuar.

Move along, nothing to see here.


Limite da dívida na Constituição... para quê?

Inscrever uma limitação à dívida na Constituição parece uma boa ideia para que esse limite seja efectivo: afinal a Constituição é um documento bastante estável, é revisto apenas algumas vezes ao longo dos anos (7 em 35 anos, actualmente ) e necessita de um consenso alargado na Assembleia da República para o efeito.

Só que aquilo que parece boa ideia na teoria, não raramente, deixa de o ser na prática. Quantos artigos existem na Constituição que não passam de letra morta? O que nos garante que um futuro artigo de limitação da dívida não venha também a ser também letra morta, ultrapassado pela realidade dos factos? Alguém acredita que simples letras num papel, ainda que seja a Constituição, mudam formas de agir intergeracionais? Não me parece.

Uma limitação à dívida na Constituição será ignorada, ou o limite alterado ou arranjado um subterfúgio qualquer quando houver necessidade de aumentar a dívida para lá desse limite. Simplesmente vão tornar o processo mais ardiloso (e hipócrita) que actualmente.