segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A oportunidade perdida da Escócia.

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Sobre referendos

Infelizmente as boas intenções de muitos referendos perdem-se em políticas.

A sua excessiva partidarização pode transformá-los numa “contagem de espingardas” de partidos, com o eleitorado de cada partido a votar na opção apoiada oficialmente pelo respectivo partido.

Também pecam por esconder o modelo de implementação. A pergunta à qual se deve responder sim ou não apenas define um princípio geral, que ninguém sabe com certeza como será implementado. Em Portugal, a regionalização foi um desses casos. Havia bastante apoio pró-regionalização, mas não em relação ao modelo que se propunha de 8 regiões, assentes num obscuro modelo administrativo.

Lutas de poder, de influência, ou interesses mais ou menos pessoais de líderes políticos podem ser uma outra face dos referendos.

Caso escocês

Dito isto, o caso escocês foi uma oportunidade perdida. Independentemente dos aspectos laterais do referendo, havia uma oportunidade para os escoceses se tornarem verdadeiramente independentes, explorarem os seus recursos autonomamente, terem a sua própria politica externa.

Existem vários exemplos de uniões e federações no mundo, com sortes díspares.

O modelo federal alemão é um caso de sucesso.

A união espanhola é um meio-termo. A era democrática em Espanha consagrou as comunidades autónomas – que sempre existiram em termos sócio-culturais – com algum sucesso em termos económicos e sociais. Catalunha, País Basco, Navarra, são algumas das comunidades mais ricas, o que de certo modo é prova que o centralismo espanhol não é causador de desequilíbrios regionais.

A união britânica é um fracasso enquanto modelo de desenvolvimento equilibrado entre nações. O Reino Unido é uma imensa Londres em primeiro, depois o resto de Inglaterra, e só depois as outras nações. Gales é uma das regiões mais pobres da Europa ocidental, enquanto a poucos quilómetros existe uma grande Londres com um rendimento per capita 2,3 vezes superior ao dos galeses. Dos 5 aeroportos com mais passageiros, 4 são londrinos!

A própria Escócia tem vindo a revelar um maior desenvolvimento desde que obteve mais poderes. Há vários indicadores que corroboram esta ideia. Não acredito que o Reino Unido consiga reinventar-se, descentralizar Londres, deixando de ser uma extracting economy como sempre foi.

A quebra do statu quo dar-se-ia com uma independência escocesa, posteriormente alargada à Irlanda do Norte – a juntar-se ao resto da Irlanda – e Gales.

Assim os escoceses continuarão a limitar-se a falar mal dos ingleses.


domingo, 28 de setembro de 2014

O cúmulo da patetice.

"Cerimónias assinalam 121.º aniversário do clube

O Estádio do Dragão é palco, este domingo, das cerimónias do 121.º aniversário do FC Porto, coincidentes com o primeiro ano de vida do museu do clube. (…)"

in A Bola

A insistência numa falsa data de fundação não é apenas uma deturpação da história, mas uma injustiça e desonestidade face aos reais fundadores. É provável que a real data de fundação volte a ser celebrada após o fim do reinado de Pinto da Costa.

Até lá, ano após ano, repetir-se-á este acto sofismável, num teatro de estupidez.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Independência da Escócia e FUD!

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Uma coisa que me irrita particularmente são as campanhas baseadas na instituição de medo, incerteza e dúvida (ver FUD). Tipicamente tais campanhas apoiam-se em mentiras e outras técnicas de desinformação.

No referendo para a independência para a Escócia tem havido muita demagogia, de ambos os lados da contenda. Os pros são exagerados, os contras são subestimados ou desprezados. Embora não se goste, é normal.

O que já é mais condenável são os aspectos FUD da apoiantes do não. A Escócia não sobreviverá independente? A Escócia não é auto-sustentável? A Escócia não poderá fazer parte da União Europeia?

Porquê? Nada disso faz sentido! A parte da integração europeia chegou mesmo a ser ridícula. Mais uma vez Durão Burroso foi cretino.


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Carlos Moedas e a estagnação europeia.

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Carlos Moedas comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação. 10-09-2014.

Existem duas palavras que me vêm à mente quando penso em comissão europeia: inútil e irritante. Nos poucos espaços em que não inúteis, lançam directivas irritantes que, por regra, servem para chatear ou penalizar o comum cidadão.

Esta escolha deslinda parcialmente esse fenómeno. Trata-se de um antro de burocratas cujas funções são entregues a escolhas meramente políticas.

Não é de estranhar a (não) evolução europeia que se tem observado.


Menos um corrupto no mundo.

Lamento, mas gente desta não merece mais.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

BCP/Millennium, ponto de vista dum cliente.

Tornei-me cliente do BCP/Millennium por “herança”. Era cliente de outro banco que foi integrado posteriormente no grupo BCP.

Em relação ao BCP, reconheço-lhes 3 vantagens face a outros bancos:

  • homebanking muito bom;

  • um número razoável de balcões – embora muitos já tenham fechado –, provavelmente o maior rácio balcão/cliente;

  • serviços “avançados” / inovadores para as épocas: já no meu banco original havia máquinas de emissão de cheques na hora, algo que se manteve no BCP e ainda hoje alguns bancos não dispõem; deposito de cheques com digitalização e pré-visualização; operações bancárias por SMS – lembro-me desta funcionalidade existir pelo menos em 2001.

De resto não tenho propriamente boas memórias. Cobram comissões para quase tudo. O exemplo mais revoltante era 1€ por transferência nacional via internet, nem sei quanto é agora. 7€ anuais por cartão de débito, 30€ pelo VISA. Felizmente o Banco de Portugal tem imposto algumas regras para proteger os clientes – embora tardias e sempre avulsas.

A relação bcp-cliente baseia-se no modelo win-lose… respectivamente.

Apesar de ser um cliente com poucas relações com bancos, já me aconteceram algumas situações caricatas:

  • Há alguns anos criaram o cliente prestige e sem mais nem menos “promoveram-me” a … isso. Quando dou por mim estava a pagar 15€ a cada 3 meses. Ainda tive que ser eu a fazer um pedido para me removerem dessa coisa que nunca pedi e, claro, fiquei a perder os primeiros 15€.

  • Num empréstimo de habitação disseram que se fosse cliente não pagava algumas das comissões envolvidas – sabendo eles que eu era cliente. Quando o negócio foi fechado vejo essas comissões serem-me cobradas. Questionados sobre isso, responderam que tinha de ter avisado antes (de quê?!). Descobri mais tarde que este comportamento repetia-se com outras pessoas, o que me leva a desconfiar que os funcionários eram instruídos nesta prática, de forma a roubar as comissões aos clientes, eventualmente ficando com o seu valor como prémio.

  • Os seguros associados ao valor da dívida desse empréstimo, que é agora metade do valor inicial, são mais caros hoje do que originalmente.

É um banco que me anda “atravessado” há muito tempo, mas sinto que não tenho grandes alternativas.

Com banqueiros já sofri o que tinha a sofrer”, Jorge Jesus


As convicções de grupo.

Defino “convicção de grupo” da seguinte forma, algo matemática:

  • uma pessoa do grupo tem uma convicção;
  • cada pessoa do grupo acredita em alguém do grupo.

E assim se formam as crenças. Crenças em coisas que até podem não ter sentido.