terça-feira, 7 de outubro de 2014

Lei do tabaco 2007, uma vitória civilizacional.

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Por muito que se possa apontar a Sócrates, há uma coisa a que lhe serei sempre grato: a lei do tabaco de 2007.

Em 2007 havia cerca de 17,2% de fumadores entre a população maior ou igual a 15 anos. Destes aproximadamente 90% eram fumadores diários.

Apesar de constituírem menos de um quinto da população, praticamente não havia locais de trabalho, restaurantes, nem sequer hospitais isentos de fumo de tabaco.

Em 2004/2005 o governo vigente preparava-se para aprovar uma lei inócua. Depois de muita discussão e expectativa criada, o resultado final seria um mero dístico que os estabelecimentos que permitissem fumar teriam de exibir. Na prática ficaria tudo na mesma.

Muda o governo, muda o projecto de lei, tornando-se mais musculado. As proibições foram alargadas, bem como os limites de fumar.

Por incrível que pareça tudo funcionou: a sociedade concordou com a lei, respeitou-a, e até houve uma redução moderada de consumo de tabaco.

Pelo contrário, não houve falências generalizadas nem qualquer apocalipse financeiro, como alguns preconizavam.

Havia algo que pareciam ignorar: sempre que havia distinção entre lugares de fumadores e não fumadores – eg. restaurantes, comboios em viagens de longa duração –, havia sempre lugar nos primeiros, mesmo quando os últimos estavam esgotados.

Um estudo posterior concluiu que:

  • 5% dos fumadores deixou de fumar;

  • 22% dos fumadores diminuiu o consumo, em média, 9 cigarros por dia;

  • a maioria dos cidadãos inquiridos é completamente a favor da proibição de fumar:
    • 98% em Serviços de Saúde;
    • 97% em Estabelecimentos de Ensino;
    • 93% em Outros Locais de Atendimento ao Público;
    • 88% em Locais de Trabalho;
    • 80% em Restaurantes;
    • 78% em Centros Comerciais;
    • 68% nos Cafés ;
    • 64% nas Salas de Jogo;
    • 61% nos Bares/Pubs/Discotecas.
  • 94% considera que a Lei protege a saúde;

  • 55% dos cidadãos considera que a Lei não é uma penalização para os fumadores;

  • 78% dos cidadãos considera que a Lei está a ser total ou moderadamente respeitada.


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