(grafismo: Sol)
Eis-nos chegados ao fim da série de debates entre os líderes dos partidos com representação na AR. Foram dois a dois, em sessões de 45 minutos, com os temas a voaram entre curtas intervenções.
Muito sinceramente... bullshit. Não é que qualquer debate não o costume ser, mas estes em particular abusaram. Além do tempo ser pouco, o formato dos mesmos foi pobre. O jornalista lança um tema e espera que em 2,5 minutos seja respondido com clareza, sem demagogia? Depois vira a agulha para o outro e muda-o? Ou retoma-o mas noutro contexto? Não funciona.
Com este modelo assistiu-se sobretudo à pequena trica política, às questões de pormenor, à sobre-argumentação de detalhes.
Ao PS interessava debates amorfos, para perder-se na pequena trica política que o favoreceria. Atirar responsabilidades para outros, procurar ou inventar falhas nos discursos e programas dos opositores, para afastar a atenção dos últimos anos da sua governação.
É sabido que ao partido de governo nunca interessa discutir a sua governação, como bem foi demonstrado por Cavaco Silva em 1991 que pura e simplesmente recusou qualquer debate que fosse.
Ao PSD interessava também estes debates sem sal, pois não são definitivamente o prato de Manuela Ferreira Leite. Quando mais estéreis e menos decisivos fossem, tanto melhor.
Aos ditos pequenos partidos, PCP, CDS e BE, interessava mais e longos debates, para se fortalecerem, explorando a ideia que os problemas da nossa sociedade são da responsabilidade dos dois maiores partidos, que a espaços têm partilhado por inteiro o poder, que são alternativa, etc...
O que sai disto tudo? Uma mão cheia de nada! Tirando alguns apontamentos, como as já tradicionais gaffes de Ferreira Leite, a normal cara de pau de Sócrates agora na vertente de cordeiro, a constante encenação de Portas, o descrédito programático de Louçã e o vazio do nacional "porreirismo" de Jerónimo, nada de muito substancial.
Afinal foi precisamente para isso que os debates foram negociados...
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