domingo, 2 de junho de 2013

A radicalização do FCP

A radicalização do FCP está a atingir um nível demasiado perigoso. A rivalidade Benfica-Porto tem um sentido de beligerância único: Porto -> Benfica. O universo portista ataca, bate, goza, destrói, insulta, agride, intimida… O ódio exacerbado ao Benfica tolda-lhes a mente: para eles é o Benfica que faz essas coisas. O Benfica é pior. O Benfica isto, o Benfica aquilo, o Benfica, o Benfica… não lhes sai do pensamento, não lhes sai do discurso, não lhe sai da escrita. Vivem obcecados com o Benfica, desde o adepto anónimo, ao colunista, à apresentadora de televisão, ao deputado, ao secretário de estado. Toda uma sociedade adepta a dedicar energia ao que se passa no Benfica – porventura mais que ao seu próprio clube – traduzida em ódio e violência.

Perante os vis atropelos às mais elementares regras de desportivismo que acontecem sempre nos seus jogos caseiros, seja em que modalidade for, respondem que o Benfica é pior. Exemplificam com casos isolados, não reparando que neles é regra.

Em 30 anos o Porto criou uma organização “lapidar”. Têm competência desportiva, que não haja dúvidas disso, apesar de prontamente ajudados sempre que preciso. Qualquer desporto em que participam é para ganhar. Quando não ganham, fecham a modalidade. Para eles o desporto é um eufemismo de guerra. Têm “boa” imprensa, sem par a qualquer nível da sociedade. Há indícios de dominarem estruturas oficiais não só desportivas mas também civis, como polícia ou tribunais. Há uma preocupação geral em não melindrar a organização: vide a passividade da CMVM ou as questões amigas com que sabem poder esperar em qualquer conferência de imprensa ou entrevista. Possuem um pequeno exército de intimidação constituído por um núcleo duro de criminosos perigosos (vide caso Bruno Pida).

Isto produziu uma máquina de obtenção de títulos “desportivos” numas quantas modalidades seleccionadas – votando as outras ao desprezo ou mesmo ao abandono – a par de uma máquina de gestão de enormes fluxos financeiros. O efeito secundário é a criação de um universo cada vez mais perigosamente extremista e radical.

Quando já nem representantes de estado ou figuras que ocupam cargos de prestígio se conseguem controlar publicamente, quando uma sociedade começa cada vez mais a alertar para este fenómeno, é sinal que a radicalização está a chegar a um limite perigoso.


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