sábado, 14 de maio de 2011

O programa que "só" a troika soube fazer

A troika esteve cá 15 dias e fez um programa de combate à crise como nenhum governo até hoje foi capaz de fazer.

Depois da vinda da troika a Portugal para acordar os termos do empréstimo internacional, frases na linha da de cima foram-se repetindo por diversas pessoas em diversos lados.

Independentemente da boa ou má opinião que se tenha dos nossos políticos, governantes e governos, a ideia expressa é errónea.

A troika pôs um plano de recuperação da dívida no papel, sem olhar a questões sociais e sem conhecer o país. Mas sobretudo, sem ter que se sujeitar a eleições. Ou seja, um plano meramente técnico que assume o cenário ideal: ausência de efeitos de contestação e cumprimento genérico.

Os partidos e os governantes têm o cenário oposto: oferecem um plano que vai ter concorrência dos dos outros partidos e estão sujeitos a eleições. Não podem ignorar as questões sociais, a contestação, o incumprimento, as fraudes, etc. Ou seja, têm que enfrentar o país real.

Algures entre estas duas realidades, i.e. entre o melhor plano teórico e o melhor plano eleitoral, estará certamente a virtude, o que indiciará provavelmente um problema de modelo. Independentemente disso, são de facto realidades diferentes, pelo que não faz sentido comparar o “programa” da troika com qualquer dos programas de governo do passado.


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