sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Governo: o bom e o mau.

Com cerca de 2 meses de governo, há boas e más notícias.

As boas:

  • os primeiros esboços de desboysificação: fica a ideia de estar a existir algum reaproveitamento de quadros do governo anterior e que as nomeações estão a ser em menor número e, sobretudo, mais transparentes, com a criação do prometido site das nomeações e respectivos salários;

  • menos conversa, mais acção: ao contrário do anterior governo que abusava da propaganda até ao limite da paciência, este governo parece “falar menos” e “fazer mais”. Pelo menos não têm chovido anúncios de projectos sonhadores como se fossem realidade a cada presença do 1º ministro na A.R.;

  • algum esforço de corte / poupança: entre medidas residuais e patéticas (dispensa de usar gravata para poupar em ar condicionado no ministério do ambiente) a medidas mais significativas e concretas (fusão do instituto do desporto com o da juventude, fim da Parque-Expo, redução de custos da administração da CGD), são sinais positivos na redução da despesa do estado.

As más:

  • combater o deficit da mesma forma que fazia o anterior governo: aumentando impostos (imposto extraordinário sobre o rendimento, aumento do IVA da electricidade e gás);

  • pior… durante o anterior governo, o PSD e o CDS diziam que não se podia aumentar mais os impostos e que a consolidação teria que vir do corte de despesa do estado, dando a entender terem várias ideias sobre como o fazer. Agora, no governo, fazem o que diziam não se dever fazer, e não fazem o que era suposto saberem fazer;

  • ausência de corte de despesa: enquanto oposição anunciavam-na como o caminho a seguir. Uma vez no governo têm-se esquecido disso. Os primeiros anúncios de índole financeira do governo foram decepcionantes aumentos de impostos. A redução da despesa foi adiada para Agosto, altura em que se voltou a apresentar mais penalização de impostos. Agora fala-se em adiar dois meses até ser anunciado o plano de redução de despesa;

  • falhou em algumas ilusões que quis vender:
    • reduzir a dimensão do governo no número desejado: houve redução no total de ministros e secretários de estado, mas pouco significativa;
    • suspensão do projecto do TGV: bastou uma ida a Espanha para a suspensão… ser suspensa.

Creio que a chave do sucesso ou insucesso deste governo será a apresentação do tão esperado plano de poupança. Mais para o 4º trimestre se verá.


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