Cavaco Silva tem a mesma escola de Manuela Ferreira Leite: são pessoas em que, a uma imagem de rigor e seriedade, contrapõe uma inabilidade de expressão e comunicação. Acontece que nem a parte do rigor e seriedade são totalmente inquestionáveis, como nem os seus “azares” comunicativos são assim tão desastrosos.
A última tirada de Cavaco Silva — afirmar não saber se as suas reformas, devido aos cortes, davam para pagar as despesas, quando a maioria das pessoas vive em situação muito mais difícil — foi aproveitada para gerar um coro nacional de indignação, quando, digo eu, é facilmente perceptível aquilo a que ele se estava a referir.
Tal como a história de que estava para nascer alguém mais honesto que ele. Ou como a história da alegada suspensão da democracia, ou a de que quem tivesse mais que 70 anos devia pagar os seus tratamentos, por Manuela Ferreira Leite.
São saídas infelizes onde, todavia, se percebe qual é a mensagem transmitida, que por sua vez não tem nada de incorrecto ou condenável (concorde-se com a mesma ou não).
Estas algazarras por cada gaffe que alguém comete recorda-me aqueles miúdos, em que quando alguém se engana passa a ser alvo de chacota generalizada: “bacorada, bacorada”. Enfim, crianças!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.