Um dos objectivos da actual política governamental é reduzir o custo do trabalho, e uma das vias para o conseguir, como acordado com a troika1, consistia originalmente em baixar a TSU, ou seja, os montantes pagos à segurança social.
Quando se preparava para passar das intenções aos actos, começou-se a perceber que as medidas de compensação da redução da TSU, como aumento do IVA, seriam muito penalizadoras para a economia. Seria o caso típico em que a cura é pior que a doença.
Ao abandonar-se essa ideia, surge outra, como compensação: passar-se-ia a trabalhar mais meia hora diária. Fica a ideia que surgiu apressadamente, sem grande pensamento prévio, muito menos estudos, baseada em meia dúzia de contas que no papel até ficavam bem, para compensar a desistência da redução da TSU.
Só que é daquelas medidas que ninguém gosta: trabalhadores, sindicatos e até os patrões tinham dúvidas..
Os trabalhadores perderiam ainda mais tempo fora de casa por motivos profissionais, a custo zero, obrigando a rever seriamente todo o seu planeamento familiar (filhos em infantários, ATLs, actividades não laborais, etc), com eventuais custos associados.
O desemprego tenderia a aumentar ainda mais do que já está previsto2, porque menos pessoas fariam mais trabalho, caso a medida tivesse sucesso.
Do lado das empresas apenas haveria ganhos em casos muito particulares de turnos e/ou escalas, como operadores de caixas, mas na generalidade os ganhos para as empresas seriam poucos a nulos.
Finalmente, quando se descobriu que o governo não tinha qualquer estudo de impacto da medida a nível económico nem a nível de desemprego, percebeu-se que a ideia estava condenada: não se iam introduzir alterações deste calibre com base num palpite! Foi um fracasso dos teóricos e amadores, neste caso na figura do ministro da economia.
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