segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Equidade, públicos e privados.

As medidas draconianas inscritas no orçamento de estado 2012 (OE2012) provocaram uma onda de discussões e artigos um pouco por toda a parte. Curiosamente em tantas análises não vi debater a questão do aumento do desemprego e os efeitos isso terá no défice.

Com a previsão do OE2012 de 13,4% para a taxa de desemprego 1, é justo assumir que os valores reais (oficiais) sejam algo maiores, talvez nos 14 a 14,5%. Como o desemprego afecta sobretudo os trabalhadores do sector privado, as questões de equidade que têm sido levantadas deixam de fazer grande sentido pura uma razão meramente numeraria: independentemente da sua justiça, o governo não só não tem qualquer garantia de aumento de receitas vindas do privado, como ainda pode ver a despesa pública aumentar à sua conta.

É que com mais 100 mil pessoas sem trabalho 2, são mais 100 mil subsídios de desemprego que se pagam 3 e 100 mil salários que se perdem, deixando de pagar IRS.


  1. actualmente a taxa oficial de desemprego é de 12,3%.

  2. em 2010 havia 602 mil desempregados, actualmente a contagem vai em 686 e a crescer, e segundo o OE2012 vão haver “apenas” 60 mil novos desempregados durante 2012 inteiro? Completamente incredível!

  3. se o número de desempregados tiver um aumento significativo acredito que o subsídio de desempregado sofra uma forte redução para conter o aumento da despesa.


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