quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A lição de Schindler.

A vida de Oskar Schindler, da fama da lista e que salvou cerca de 1200 judeus de uma previsível morte, encerra uma lição pouco óbvia mas pertinente.

Antes da guerra Schindler era um empresário fracassado: por várias vezes lançou negócios e todos eles fracassaram.

Oportunista, aproveitou a invasão da Polónia pela Alemanha para tentar o sucesso nesse país. Tomou controlo de uma fábrica falida que recuperou com o trabalho de 1000 trabalhadores-escravos judeus, com a complacência do regime Nazi. Tornou-se rico e passou a ter uma vida luxuosa. Ao mesmo tempo levava uma vida de corrupção que lhe permitia manter o estado das coisas: comprava favores com favores, prendas e dinheiro, subornava, etc.

Depois da guerra, regressou à condição de empresário fracassado: tentou vários negócios, na Alemanha e na Argentina, que inevitavelmente faliram. Viveu de apoios de organizações judaicas, reconhecidas das suas importantes acções durante a guerra e mais tarde de subsídios do governo alemão. Morreu sem qualquer bem.

Pondo de lado as suas acções heróicas, há um facto que se pode concluir: Schindler não era um bom empresário nem tinha particular jeito para o negócio. Só teve sucesso nessa área quando esteve enquadrado numa sociedade corrupta, cruel e exploradora de qualquer aspecto da condição humana.

Esta é uma excelente lição: o sucesso não funciona a qualquer preço. Corrupção, exploração da condição humana, são factores que condenam ao fracasso. É só uma questão de tempo.


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