quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Privatizar lucros, nacionalizar prejuízos... ou não?

Com o advento da crise financeira de 2008 e as consequentes intervenções por parte de vários estados para estancar o colapso de algumas instituições privadas, surgiu a máxima “privatizar lucros, nacionalizar prejuízos”.

Esta catch phrase era uma crítica aos sistemas capitalistas que defendiam o livre funcionamento dos mercados, sem intervenção estatal, mas aparentemente apenas enquanto as empresas fossem lucrativas. Quanto estas se começaram a desmoronar o estado interveio, contrariando as teorias capitalistas, ao suportar os prejuízos dessas empresas.

É uma máxima demasiado fácil e óbvia para se resistir, mas falha na análise leviana da parte da privatização de lucros [por parte de privados]. Os lucros não são “privatizados” porque já são privados: foi o privado que gerou ganhos e ficou com uma parte desses ganhos após impostos e outras despesas. É como dizer que as pessoas comuns privatizam o remanescente dos seus salários após impostos mas nacionalizam os seus prejuízos em caso de doença e desemprego, ou seja, ridículo. Na realidade, tanto num caso como noutro, é o estado que nacionaliza parte dos ganhos produzidos pelas pessoas e empresas através de impostos.


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