sábado, 15 de outubro de 2011

Passos passou-se! (II)

Posto isto, eis algumas medidas para o Orçamento de Estado 2012:

  • Aumento, via reescalonamento, de IVA em vários produtos, nomeadamente conservas, restaurantes, bilhetes para espectáculos.

    O governo esperará certamente arrecadar mais dinheiro aqui mas de certeza que espera que a actividade nestes sectores abrande, especialmente face a outras medidas de diminuição de rendimento. Portanto, menos rendimento e preços mais caros, vai significar menos consumo e mais receita. O estado continua a financiar-se, a alimentar o seu despesismo incontrolável à custa de redução de actividade da população, ainda mais nestes casos, em que muita dela é originada dentro de portas.

  • Fim se subsídios de férias e Natal para os funcionários públicos (FPs).

    Não sendo FP, está-se a passar um pouco dos limites aqui. Os FPs não podem ser tratados como um corpo único, há que distinguir actividade a actividade, pessoa a pessoa até, se for preciso. Não podemos, enquanto país, limitar o desenvolvimento profissional de pessoas só por serem FPs, por arrasto da redução de custos. Se o estado quer poupar dinheiro na folha salarial dos FPs tem que despedir excedentes! Do sector privado já se diz que não faz sentido esse corte no sector, precisamente porque já têm métodos de optimizar e controlar os custos salariais por um lado, e por outro porque querem gente com dinheiro nos bolsos para consumir! Outro possível problema é que com a degradação das condições para os FPs os melhores vão começar a sair, degradando-se cada vez mais o serviço público, que já é tão mau em tantos casos!

  • Mais meia hora de trabalho diário.

    Em primeiro é uma excelente medida para aumentar o desemprego: matematicamente 16 pessoas irão trabalhar tanto como 17 actualmente. O que significa que para a mesma actividade económica poderá representar até um máximo teórico de 6% de desemprego. Na prática as coisas estão longe de serem tão lineares mas terá certamente impacto. Por outro lado poderá levar a aumento de produção que não seja escoada devido ao abrandamento do consumo, também à degradação da vida das famílias (pessoas que saem actualmente à justa para ir buscar os filhos ou para realizar actividades particulares, por exemplo).

Enfim, o tempo dirá como estaremos dentro de um ano.


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